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A volta do amor pelas Big Techs, Coca-Cola com IA e drama de varejista falida são os destaques da semana nos EUA

24 abr 2023, 16:28 - atualizado em 25 abr 2023, 11:13
Big Techs Microsoft Varejo empresas
Bed Bath & Beyond chega à falência; Big Techs reportam resultados (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

Big Techs reconquistaram a confiança do investidor; o que mostrarão os resultados do 1T23?

Com a ‘mini temporada’ dos bancos ficando no retrovisor, é a vez dos investidores se prepararem para os números corporativos das empresas mais valiosas do mundo. 

Amanhã, o primeiro resultado que sai é da Microsoft (MSFT). Quarta-feira, 26, divulgam resultados a Alphabet (GOOG) e a Meta Platforms Inc. (META). Por fim, dia 27, é a vez da Amazon (AMZN) encerrar a bateria, deixando Apple (AAPL) para a próxima semana.

As ações de tecnologia formaram o lado ensolarado do mercado de capitais entre janeiro e março. Segundo o site The Street, o rali sobre as ações de Apple, Microsoft, Google, Meta e Nvidia sustentou 75% da valorização de 8% que o S&P 500 (SPX) teve nos três primeiros meses do ano.

Após um 2022 cheio de dificuldades, as Big Techs parecem ter reconquistado a confiança do investidor, que volta a perceber os papéis como um guarda-chuva contra as incertezas macroeconômicas que permanecem no horizonte americano.

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A expectativa por resultados mais saudáveis está ligada aos esforços de corte de custos que as empresas tomaram como forma de proteger as margens. Segundo relatório da Challenger, Gray & Christimas, 40% das demissões ocorridas nos EUA em 2023 vieram do setor de tecnologia.

Basta saber quem conseguirá proteger melhor as margens de lucro, em um ambiente de juros cada vez mais restritos.

Além do controle de custos, os investimentos massivos das Big Techs em suas divisões de inteligência artificial (IA) deverão ser centrais para a forma como o mercado reage aos resultados. Na corrida pela melhor ferramenta, a Microsoft parece tomar uma vantagem inicial devido ao sucesso do ChatGPT, cuja licença foi comprada pela empresa de Bill Gates.

Com o acoplamento de novas versões do ChatGPT aos mecanismos de busca da Microsoft, investidores esperam que a companhia consiga alcançar e desafiar a dominância do Google, que em 2022 obteve US$ 43 bilhões em receita no segmento de busca.

Coca-Cola e inteligência artificial juntos?

E por falar em inteligência artificial, a Coca-Cola (KO) comunicou aos investidores na teleconferência de resultados que está trabalhando em parceria com o ChatGPT e com o DALL-E (IA que gera quadros artísticos através de um banco de dados) para inovações no segmento digital, criativo e publicitário da companhia.

A empresa de consumo divulgou resultados corporativos no ‘pre market’ desta segunda-feira (24). Apoiada em uma ‘demanda estável’ e aumento dos preços de itens de consumo, a Coca-Cola apresentou receita de US$ 11 bilhões no 1T23.

Mais uma falência: varejista ‘cama, mesa e banho’ joga a toalha e entra no Chapter 11

A varejista Bed Bath & Beyond (BBBY) derrete mais de 33% nesta segunda-feira (24), após ter entrado com pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial no Brasil, nos EUA. As ações estão sendo negociadas a US$ 0,19.

As informações são de que 360 lojas físicas da Bed Bath, 120 lojas da Buy Buy Baby (segmento infantil) e o website da companhia permanecerão operantes até que a BBBY encontre um potencial comprador da sua operação. Caso isso não ocorra em um tempo adequado, é esperado que a empresa

Segundo analistas do mercado americano, o market share bilionário deixado pela Bed Bath & Beyond deverá ficar espalhado entre os players dominantes do setor varejista, como Amazon (AMZN), Walmart (WMT) e Target (TGT).

Criada na década de 70, a companhia especializada em artigos para o lar havia anunciado no início do ano que poderia solicitar uma medida de proteção contra credores diante da queda de vendas. A empresa procurou alternativas de contenção de gastos, ao fechar lojas e enxugar o quadro de funcionários, mas as medidas se provaram insuficientes para rever o quadro.

‘Bancões’ ficaram mais ricos depois da crise

Os resultados corporativos dos principais bancos dos EUA mostraram como a crise bancária de março se transformou um vetor de desigualdade entre as instituições financeiras do país.

O lucro líquido combinado de JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo, Citigroup, Goldman Sachs e Morgan Stanley alcançou US$ 36,5 bilhões no primeiro trimestre, montante 17,4% superior ao registrado em igual intervalo de 2022.

O ganho formidável do clube ‘too big to fail‘ já é suficiente, inclusive, para pagar a ajuda de US$ 30 bilhões que eles forneceram ao First Republic Bank (FRC), o banco regional que continua na berlinda depois de uma feroz corrida bancária. A propósito, a instituição programou a divulgação dos seus resultados para hoje, após o fim do pregão.

Com exceção de Goldman Sachs e Morgan Stanley, que tiveram perdas na base de comparação anual, todos os demais bancos apresentaram crescimento de lucros. A tendência foi puxada por maiores receitas advindas com os juros nos EUA.

Embora tenham sofrido algum ‘sangramento’ sob o ponto de vista de depósitos, os números apresentados no primeiro trimestre mostram que os grandes bancos estão em boa forma para enfrentar a recessão que deve dar às caras no meio do ano.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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