ABC Brasil: ações estão descontadas e podem subir 50%, diz BB Investimentos

O ABC Brasil (ABCB4) reportou um lucro líquido fraco, mas isso não é um problema para o BB Investimentos, aponta relatório enviado a clientes.

Segundo o analista Rafael Reis, a queda de 44% no lucro é reflexo das altas provisões por conta da pandemia do coronavírus.

O que importa, diz o analista, são as boas sinalizações operacionais, com a retomada do foco nas carteiras empresarial e middle, que registraram forte crescimento, “e acrescentaram rentabilidade ao mix do banco, tendência que acreditamos que deve se intensificar”, afirma.

Segundo ele, o grande destaque ficou por conta do crescimento de 5,6% no trimestre da carteira de crédito classificada, puxada pelas empresas (+7,5%) e pelo segmento middle (+55%), o que compensou o recuo de 6,4% das grandes empresas.

“Ao contrário dos bancos que reportaram resultados anteriormente, que também cresceram a carteira de crédito no trimestre (embora em menor percentual), a margem financeira acompanhou, avançando 5,8%, beneficiada pela mudança no mix menos conservador adotado pelo ABC”, argumentou.

Reis ressaltou ainda as receitas de serviços, que avançaram 15,7% no trimestre, atingindo R$ 68 milhões, beneficiadas tanto pelo volume de garantias prestadas, quanto de receitas de banco de investimentos.

“Apesar do avanço, as receitas de serviços mostram performance significativamente inferior ao mesmo período em 2019, quando a receita de banco de investimentos, por exemplo, era praticamente o dobro”, ressalta.

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O que esperar das ações

O analista pondera que as ações do Banco ABC estão descontadas em relação a outros setores, muito por conta das provisões vultosas.

Houve um aumento de 117% no indicador em relação ao ano passado, o que, segundo analista, ascende um sinal amarelo, mas não o suficiente para tirar o otimismo do ABC.

“O balanço do terceiro trimestre já mostra sinais que ensejam bem mais confiança de que o pior já passou quando comparado ao segundo trimestre”, afirma.

A corretora elevou o preço-alvo do banco para R$ 19,20 até o final de 2021, o que implica uma valorização de 50,4%, com recomendação de compra.