Acidente fatal com carro da Xiaomi acende alerta sobre design de portas; ações têm maior queda desde abril

Um acidente fatal com um carro elétrico da Xiaomi reacendeu nesta segunda-feira (13) o debate sobre a segurança de maçanetas eletrônicas — um recurso cada vez mais comum em veículos elétricos.
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O caso ocorreu em Chengdu, no sudoeste da China, e envolveu um sedã SU7, primeiro modelo da Xiaomi no mercado automotivo. O veículo pegou fogo após uma colisão, e testemunhas afirmaram que não conseguiram abrir as portas para resgatar o motorista, que morreu no local.
O episódio provocou reação imediata no mercado: as ações da Xiaomi chegaram a cair 8,7% na Bolsa de Hong Kong, marcando a maior baixa desde abril, antes de reduzir parte das perdas e encerrar o dia em queda de cerca de 5%.
Tentativa de resgate frustrada
Segundo a polícia local, o motorista, identificado apenas como Deng, de 31 anos, dirigia sob efeito de álcool quando colidiu com outro veículo e atravessou o canteiro central. Logo após o impacto, o carro pegou fogo.
Vídeos publicados em redes sociais chinesas, como o Weibo, mostram um Xiaomi SU7 em chamas e transeuntes tentando quebrar os vidros ou destravar as portas. As autoridades não confirmaram oficialmente o modelo do carro, mas a imprensa local identificou o veículo como o sedã da Xiaomi.
A empresa ainda não se pronunciou sobre o acidente.
Ações da Xiaomi em queda
A forte desvalorização das ações reflete a preocupação de investidores com o impacto do caso na divisão de veículos elétricos da companhia, que estreou oficialmente no mercado automotivo em 2024 com o SU7.
Conhecida por seus celulares e eletrônicos de consumo, a Xiaomi aposta no setor de carros elétricos como parte de sua estratégia de diversificação e disputa direta com concorrentes como Tesla e BYD.
De acordo com analistas da China Everbright Securities International, a repercussão negativa é inevitável no curto prazo, mas os resultados sólidos nas outras áreas de negócios da Xiaomi — especialmente smartphones e dispositivos inteligentes — devem amenizar o impacto no médio prazo.
Maçanetas eletrônicas voltam a ser questionadas
As maçanetas eletrônicas retráteis, que se integram à carroceria do veículo, são vistas como símbolo de design moderno, mas também levantam preocupações sobre falhas em emergências.
Em caso de incêndio ou pane elétrica, o sistema pode travar completamente, dificultando o acesso ao interior do carro. Embora exista uma alavanca manual de emergência, muitos motoristas não sabem onde ela fica, e socorristas não conseguem acioná-la de fora.
Em setembro, a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA) abriu uma investigação sobre 174 mil unidades do Tesla Model Y após relatos de pessoas presas dentro dos veículos após colisões.
Na China, autoridades regulatórias também avaliam restringir maçanetas totalmente eletrônicas, citando risco elevado em acidentes.
Histórico recente de incidentes
O acidente desta segunda-feira não é o primeiro envolvendo o Xiaomi SU7. Em maio, um outro caso fatal com o mesmo modelo já havia levantado dúvidas sobre o sistema de direção inteligente e os recursos de segurança do veículo.
Em setembro, a Xiaomi anunciou uma atualização de software em mais de 116 mil unidades do SU7, para corrigir possíveis falhas relacionadas ao sistema de assistência à condução.