Ações da Odontoprev (ODPV3) despencam quase 9% nesta quarta (5); o que está por trás da queda?
Negociadas fora do Ibovespa, as ações da Odontoprev (ODPV3) recuam forte nesta quarta-feira (5) e figuram entre as maiores quedas da Bolsa.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), os papéis caíam cerca de 9%, negociados a R$ 11,67. Acompanhe o tempo real.
O movimento ocorre um dia após a companhia divulgar que teve um lucro líquido de R$ 128,7 milhões no terceiro trimestre (3T25), queda de 9,2% em relação ao mesmo período de 2024.
A receita líquida somou R$ 602,2 milhões, alta de 5,4% na comparação anual, mas 2% abaixo das projeções do BTG Pactual.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 178 milhões, crescimento de 0,9% frente ao 3T24, mas também 4% abaixo das estimativas do banco.
A sinistralidade ficou em 40,6%, alta de 2,9 pontos percentuais, enquanto o ticket médio avançou para R$ 22,44, crescimento anual de 2,2%.
A base de clientes da empresa encerrou setembro com 9,131 milhões de beneficiários, aumento de 3,6%, incluindo uma adição líquida de 150,7 mil pessoas, 3,2 vezes superior ao mesmo período de 2024.
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Na visão de analistas do BTG, o desempenho não apresentou a mesma força observada em meses anteriores, já que o ticket médio não melhorou de forma sequencial e a sinistralidade piorou.
“O ticket médio não avançou em relação ao trimestre passado e a DLR piorou em todos os segmentos, enquanto a base de beneficiários seguiu forte”, apontou o banco.
Apesar do yield considerado atrativo (acima de 9% em 2025), a casa manteve posição neutra para as ações ODPV3, destacando potencial de alta limitado, com o papel negociado a 11 vezes o preço/lucro (P/L) projetado para 2026.
Visão do Itaú BBA
O Itaú BBA também avaliou o balanço do 3T25 como “negativo”, ressaltando que os resultados ficaram abaixo das estimativas.
A instituição elogiou a aceleração na adição de clientes, especialmente no segmento corporativo e na marca Bradesco Dental, mas destacou que o crescimento moderado do ticket médio afetou as projeções de receita.
Além disso, o banco alertou que as despesas gerais e administrativas (G&A) aumentaram em relação ao 3T24, pressionando a rentabilidade.
Assim como o BTG, o Itaú BBA manteve recomendação market perform (equivalente à neutra) para ODPV3, com preço-alvo de R$ 15 para o final de 2026, o que representa potencial valorização de 28% frente à cotação atual.