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Açúcar derrete, mas 3T25 deve testar novo suporte; ‘Usinas caminham para safra açucareira e ainda há espaço para fixação

17 jun 2025, 14:11 - atualizado em 17 jun 2025, 14:11
usinas açúcar
(iStock.com/pixelfusion3d)

Os preços do açúcar atingiram os menores patamares em quatro anos na Intercontinental Exchange (ICE) no início desta semana. Nesta terça-feira (17), o contrato com vencimento para julho era negociado em US$ 0,1607, por volta de 12h30, uma queda de 2,72%.

O analista da StoneX, Marcelo Bonifácio, explica que essa faixa de preços, até US$ 0,165, atrai muitos compradores de diversos países.

“Estes compradores aguardaram essa queda nos preços, porque havia esse espaço. 2024 foi um ano muito bom no cenário exportador do Brasil, o que se traduziu num bom cenário também para o importador. Tivemos um ciclo 2023/2024 superavitária seguindo um 2022/2023 também de superavit, mas menor. Nesse sentido, há um mercado bastante abastecido, com ampla oferta do Brasil nos últimos dois anos e alto potencial em 2025”.

Em 2024, a Europa contribuiu com uma maior oferta de açúcar branco no mercado, o que também contribui com o menor ímpeto das refinarias que compram açúcar bruto no início de 2025.

“Vimos o contrato de julho atingir a mínima de US$ 0,1593, abaixo do custo de produção em diversos países pelo mundo e próximo do custo inclusive de algumas regiões do Brasil. Estamos vendo a rentabilidade cair bastante ante 2023 e 2024. Se os preços voltarem a US$ 0,17 ou permanecerem entre US$ 0,16-0,17, acho que o mercado pode trabalhar um pouco com esses suportes”.

Daqui para frente, a partir do terceiro trimestre, a expectativa é de uma demanda maior por importação vindo da China, Indonésia, Marrocos e Argélia, o que deve tornar essa queda de preço limitada.

A fixação dos preços do açúcar e a safra 2025/2026

Segundo o analista, o Brasil deve responder a esse aumento da demanda com oferta, que deve vir do “timing” das usinas que ainda não fixaram para entrar no mercado e do próprio fluxo exportador brasileiro.

“Alguns dados apontam que as usinas têm volumes a fixar ainda. Atualmente, os níveis de moagem estão melhorando, atingindo quase 47,8 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio, algo que não era esperado, uma surpresa positiva, com mix açucareiro de 51,9%. Aquele temor de que o clima ruim atrapalharia a cristalização não está acontecendo”.

Bonifácio comenta que o etanol já paga melhor que o açúcar em algumas áreas do Mato Grosso e de Goiás.

“Vamos ver um impacto maior de um mix, em termos de preço, na próxima safra. A ideia de uma quebra absurda em 2025/2026 no Centro-Sul perde força. O que é discutido é quando o ciclo deve se encerrar, se ela acaba em setembro ou outubro”.

Para StoneX, é bem possível que a moagem fique acima de 600 milhões de toneladas, mas isso deve depender da duração da safra, TCH e área. Com isso, o mercado caminha para uma safra mais açúcareira, puxada tanto pela oferta quanto pelos preços que atraem a demanda.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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