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Açúcar: USDA derruba teto dos altistas de plantão desta época e ainda falta a Índia para completar

30 nov 2020, 16:33 - atualizado em 30 nov 2020, 17:04
Cana-de-açúcar
Safra da índia de cana e açúcar vai produzir superávit que precisa ser escoado com ajuda do governo (Imagem: REUTERS/Rajendra Jadhav)

Sem clareza com relação ao novo ciclo do açúcar brasileiro, o que é comum para este período do ano de entrada da entressafra, apesar de alguma insistência em avaliações de produção menor de cana, muitos no mercado tentavam dar suporte à commodity em dados pouco confiáveis dos concorrentes asiáticos.

Mas o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) do dia 24 tratou de derrubar a aposta em déficit global e os 15 centavos de dólar por libra-peso se esvai a cada dia. O março fechou esta segunda em 14.50 c/lp, 2,16% menor.

“Acabou o papo furado”, diz Maurício Muruci, da Safras & Mercado, para quem os altistas de plantão de várias consultorias brasileiras e fundos internacionais comprados insistiam nos dados baixistas de produção da Organização Internacional do Açúcar. A entidade fala em déficit de 1,5 milhão de toneladas e se fia muito em previsões do ISMA, a congênere da Índia.

O USDA aponta superávit de 8 milhões/t.

Há vários ciclos a situação é idêntica, onde as pesquisas do governo americano tendem sempre a ficar do outro lado da bússola. E acabam prevalecendo.

E ainda deve estar por vir subsídios do governo indiano aos exportadores, pois com aumento para 28,5 milhões/t do consumo interno, em elevação pela melhora das perspectivas da economia, em safra de 33,8 milhões/t, sobraria muito açúcar para ser colocado no exterior, também segundo o USDA.

“Como todos sabem, na Índia o setor político é intimamente ligado as centenas de cooperativas e entidades representativas de classe de menor porte que se espalham sobre as amplas regiões produtoras do país”, escreveu Muruci em artigo de hoje para a Udop.

Se concretizando, o açúcar cairá mais.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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