BusinessTimes

Afinal, quem comprou ações da São Martinho, hoje, terá lucro ou prejuízo?

11 fev 2020, 18:46 - atualizado em 11 fev 2020, 18:46
Usina da São Martinho SMTO3
Um balanço, duas visões: BB Investimentos e BTG Pactual divergem de potencial da São Martinho (Imagem: Facebook/Divulgação/São Martinho)

Se você gostou dos resultados que a São Martinho (SMTO3) divulgou ontem, e decidiu comprar suas ações no pregão desta terça-feira (11), aí vai uma dúvida incômoda: talvez você tenha pagado caro, a ponto de perder dinheiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por outro lado, há quem acredite que você fez um belo negócio, que lhe renderá um retorno de dois dígitos.

Aos números e nomes. A BB Investimentos e o BTG Pactual divulgaram relatórios com avaliações opostas sobre o potencial de valorização da São Martinho, segunda maior produtora de açúcar e álcool do mundo.

Para a BB Investimentos, a ação já rendeu tudo o que poderia. Já para o BTG Pactual, ainda dá para ganhar muito dinheiro com ela.

Daniel Cobucci, analista que assina o relatório da BB Investimentos, argumenta que tem uma “visão otimista” da empresa, baseada nos “fortes resultados operacionais” e na expectativa de crescimento gerado pelos projetos de produção de etanol a base de milho e da expansão do programa federal de biocombustíveis, o RenovaBio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já deu

“No entanto, dado o forte aumento nos preços do SMTO3 (+47% nos UDM [últimos 12 meses], com uma forte subida após novembro), observamos uma redução do upside potencial em relação ao nosso preço-alvo para 2020”, afirma a BB Investimentos.

Traduzindo: as ações correram na frente dos fatos, e encurtaram tanto a distância entre as expectativas e os resultados, que não há mais margem para alta neste ano.

“Portanto, estamos alterando nossa recomendação para market perform (antes em outperform), mas mantendo nosso preço alvo 2020 em R$ 24,5”, acrescenta o analista.

Se a previsão for cumprida, isso significa um potencial de queda de cerca de 8% sobre o valor com que os papéis eram negociados no fim da sessão de hoje (R$ 26,70, às 17h55).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além de representar um potencial prejuízo para quem se empolgou com a São Martinho hoje, o preço-alvo projetado pela gestora do Banco do Brasil também destoa bastante da estimativa do BTG Pactual.

Ainda dá

Para o banco de investimentos, o preço-alvo da usina é de R$ 32, com recomendação de compra – uma valorização potencial de quase 20% sobre a cotação atual.

Assinado pelos analistas Thiago Duarte e Pedro Soares, o relatório do BTG Pactual não poupa elogios à São Martinho.

Entre eles, estão o “forte yield, o crescimento potencial, via utilização plena de sua capacidade de processamento de cana e o projeto de etanol a base de milho e a qualidade superior de seus ativos.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Inovação: biocombustível a base de milho é expectativa do BTG Pactual (Imagem: Pixabay)

A empresa também contará, segundo o BTG Pactual, com uma força extra de fatores externos, como a melhora do preço do açúcar no curto prazo, e o estímulo ao etanol proporcionado pelo RenovaBio.

Mas, o que mais entusiasma o banco é a perspectiva de que a companha se transforme numa “nova máquina de dividendos”. O BTG Pactual acredita que uma nova política de distribuição de ganhos será posta em prática pela São Martinho em breve.

O banco calcula o dividend yield atinja 7% ou mais em 2021, baseado na distribuição de 40% dos ganhos de caixa. “A São Martinho permanece como um caso de valor profundo. Continuamos compradores [da ação]”, dizem os analistas.

A julgar pela alta das ações hoje, os investidores estão em sintonia com o BTG Pactual, mas, o ano está apenas começando – e a BB Investimentos ainda pode chegar em dezembro com aquela sensação de “eu avisei”.

Compartilhar

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.