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Além dos sites de aposta: Futebol brasileiro ganhará fundos de investimento de até R$ 250 milhões; entenda 

25 maio 2023, 13:19 - atualizado em 25 maio 2023, 13:19
Futebol
Futebol: Os fundos visam promover a liquidez e estabilidade dos fluxos de caixa dos clubes (Imagem: Pixabay/Michal Jarmoluk)

A Outfield Ventures, braço de investimentos da empresa OutField, que é focada nos negócios do esporte e do entretenimento, criou dois fundos de investimentos para o futebol brasileiro. São eles: OTF Debt e OTF Fin, que totalizam cerca de R$ 250 milhões juntos.

Segundo a companhia, os fundos visam promover a liquidez e estabilidade dos fluxos de caixa dos clubes de futebol. Além de auxiliá-los na gestão de seus passivos.

Atualmente, não existem alternativas de produtos financeiros disponíveis no mercado que ofereçam soluções dedicadas aos problemas no futebol. Quem disse isso foi Lucas de Paula, sócio e co-fundador da OutField.

O executivo considera dois pontos: o contexto criado a partir da Lei das SAFs (Sociedade Anônima de Futebol) e as discussões em torno da Liga Brasileira de Clubes.

“Ao mesmo tempo, entendemos que a exposição a esse tipo de risco complementa o portfólio dos gestores financeiros, proporcionando diversificação e posição em um ativo descorrelacionado da economia real, algo que o mercado vem demandando”, comenta Lucas.

Futebol: Fundos

O fundo OTF Debt está focado na compra das dívidas estressadas dos clubes de futebol. Essas dívidas são analisadas pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD). Regulamentada pela FIFA e CBF, a câmara de arbitragem aplica sanções financeira e esportivas aos clubes que ficam inadimplentes nas dívidas transitadas em julgado.

“Por ser um ativo estressado, há possibilidade de grandes retornos para remunerar o alto risco assumido pelo fundo e seus cotistas. Esse veículo ajuda o mercado a destravar valor, gerando liquidez na compra desses ativos”, explica o co-fundador da OutField.

Já o OTF Fin visa auxiliar os clubes que sofrem com fluxos de caixa instáveis e que enfrentam seguidos desafios de liquidez, por não possuírem acesso a crédito estruturado de médio prazo.

“Neste sentido, nos posicionamos como um parceiro financeiro do clube, oferecendo crédito com base nos diferentes recebíveis que o clube possui, como, por exemplo: patrocínios, programas de Sócio Torcedor, recebimentos de direitos de transmissão, entre outros”.

O executivo destaca que, apesar de nomes conhecidos no mercado e com alto volume transacionado, a maioria dos clubes não tem acesso a crédito via mercado de capital no Brasil. O objetivo da empresa é dar esse acesso via o fundo.

“Os grandes bancos não entendem como os clubes operam e consequentemente, não conseguem dar crédito analisando garantias como sócio-torcedor e patrocínio, por exemplo. Esse movimento é fundamental para a profissionalização da indústria como um todo”.

Como os clubes são escolhidos?

Lucas de Paula explica que, a partir do relacionamento criado com os clubes nos anos de consultoria, a empresa construiu uma base sólida de contato com os principais tomadores de decisões.

“Estamos fazendo o trabalho ativo de preocupar os clubes, para mostrar as diferentes soluções. Porém, tem acontecido também de os clubes nos procurarem para ajudar na gestão dos passivos”.

No fundo da OTF Debt, a geração de ativos CNRD é feita via jogadores, empresários e escritórios de advocacia, que possuem os casos mencionados acima. O executivo explica que também realizam de forma ativa essa busca.

Entretanto, como são muitos clubes, a companhia não consegue alcançar todos eles. Mas destaca que também está disponível para que os eles a procurem e mostrem os casos que possuem.

Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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