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Alta de 18% do IRB (IRBR3) é “voo de galinha”? Recuperação está cada vez mais distante, diz BB

23 maio 2022, 19:48 - atualizado em 23 maio 2022, 19:48
IRB
Dado o cenário mais complicado, o BB rebaixou o preço-alvo do IRB Brasil R$ 5 para R$ 3 (Imagem: Divulgação/ IRB)

O  IRB (IRBR3) vem mostrando uma boa recuperação nas últimas sessões, com papéis da resseguradadora disparando 18%. Mas até que ponto essa alta é sustentável?

Para o BB Investimentos, os números do primeiro trimestre só mostram que os movimentos de saneamento dos negócios promovidos pelo ressegurador após as irregularidades contábeis identificadas em 2020 ainda custam a surtir efeito.

“O patamar de sinistralidade, crucial para entendermos a sustentabilidade do negócio em si, permanece em níveis punitivos aos resultados da companhia e, mesmo quando expurgados os efeitos dos contratos descontinuados (run-off), o prognóstico para essa dinâmica não anima”, colocam os analistas Rafael Reis e Luan Calimerio.

Dado o cenário mais complicado, o BB rebaixou o preço-alvo de R$ 5 para R$ 3.

Eles justificam dizendo que a revisão parte de uma abordagem mais conservadora dado o contexto macroeconômico, que enseja em uma maior taxa de desconto no valuation, “além da remoção, segundo nossa opinião, de parcela significativa da assunção de celeridade da convergência da sinistralidade a níveis mais próximos de pares de mercado, até que possamos ver um avanço concreto e menos volátil dessa linha nos próximos trimestres”.

Em entrevista ao Money Times, Marcel Andrade, head de renda variável da Vitreo, disse que não é hora de comprar a ação do IRB.

Para ele, a alta dos últimos dias foram apenas “alguns investidores buscando comprar os papéis mais amassados, como é o caso do IRB”.

O primeiro trimestre do IRB

Na avaliação do BB, o IRB entregou um primeiro trimestre negativo, mesmo com a elevação de 58% no lucro líquido em relação ao primeiro trimestre e com a reversão do prejuízo apresentado no quarto trimestre.

“Alta sinistralidade, menor recebimento de prêmios, menor recuperação de sinistros e eventos não recorrentes, dentre outros fatores, permearam os demonstrativos da companhia, resultando em uma queima de caixa operacional de R$ 288 milhões”, coloca.

Entre os destaques negativos está a alta sinistralidade, que saltou de 72% no 1T21 para 81% no 1T22, principalmente impactada pelas linhas rural e vida, por conta de efeitos climáticos e pela Covid-19.

“Estimamos que a sinistralidade permaneça próxima a este patamar durante 2022 e que, lentamente, vá arrefecendo, porém, mantendo se estruturalmente acima de 75% nos próximos trimestres”, coloca.

Já o resultado de subscrição (operacional) da companhia foi negativo em quase R$ 100 milhões.

“Gradualmente, conforme os novos (e melhores) contratos forem amadurecendo e os sinistros referentes a contratos antigos forem perdendo relevância no portfólio da companhia, o resultado operacional do IRB tenderá a ser menos prejudicado. Porém, ainda assim, entendemos que o cenário é desafiador e não deve se reverter no curto ou médio prazo”, conclui.

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Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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