Economia

Alta de preços de alimentos é efeito de choque temporário, diz Funchal

09 set 2020, 20:19 - atualizado em 09 set 2020, 20:19
Alimentos Supermercados Desabastecimento
O secretário destacou, ainda, uma redução global da oferta de alguns produtos alimentícios (Imagem: Reuters/Andreas Gebert)

O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, afirmou nesta quarta-feira que a elevação dos preços de produtos alimentícios no Brasil é efeito de um choque temporário, que deve se reverter em breve, apesar de pontuar tratar-se de um fenômeno mundial.

A pressão sobre os preços, segundo Funchal, é resultado de três fatores. Primeiramente, a injeção fiscal promovida pelas autoridades mundiais como forma de fazer frente aos efeitos da pandemia da Covid-19 sustentou o consumo.

O isolamento social, por sua vez, levou a uma redução dos gastos com serviços, o que gerou uma migração de recursos para o consumo.

O secretário destacou, ainda, uma redução global da oferta de alguns produtos alimentícios.

“Por mais que o Brasil tenha mantido as ofertas no setor agrícola, agropecuário… no resto do mundo, não. Você teve uma redução de oferta, e isso acabou se traduzindo. É temporário, é um choque temporário. Isso vai se reverter em breve, mas é um fenômeno mundial e tem a ver com a pandemia”, afirmou Funchal em videoconferência promovida pela FUCAPE Business School.

Segundo Funchal, em contato com o presidente do Banco Central nesta quarta-feira, Roberto Campos Neto disse ter tratado do tema em sua participação em encontro do Banco de Compensações Internacionais (BIS) nesta manhã.

“Eu estava conversando com o presidente do Banco Central agora há pouco, e ele me mostrou. Ele estava em uma reunião do BIS, e falando isso, nessa reunião internacional. O aumento nos Estados Unidos é assim, no Japão é assim, no México já tem até o nome do efeito, é efeito tortilha”, disse Funchal.

No mês passado, o segundo maior impacto sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) veio de Alimentação e bebidas, que registrou alta de 0,78% em agosto depois de ficar praticamente estável no mês anterior.

Os alimentos para consumo no domicílio subiram 1,15%, influenciados principalmente pela alta nos preços do tomate (12,98%), do leite longa vida (4,84%), das frutas (3,37%) e das carnes (3,33%).

O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar na semana passada que pediria “patriotismo” aos donos de supermercados para evitar aumentos de preços aos consumidores.

Na terça-feira, ele disse que tem pedido aos lojistas que produtos essenciais sejam vendidos com margem de lucro “próxima de zero”.

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