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Altas explosivas do hidratado serão comuns na medida do risco no abastecimento

31 out 2021, 9:20 - atualizado em 31 out 2021, 10:05
Perigo de faltar etanol hidratado existe sim, diante de produção findada e estoques baixos

Independentemente do deprimido consumo de etanol hidratado, os preços estão se elevando na cadeia porque a produção mal alcança as necessidades mínimas do mercado. Usinas e distribuidoras têm que desviar o máximo que podem a demanda.

Mas com a safra praticamente concluída, e sem produção alguma até 1º de abril de 2022 – embora algumas unidades comecem as operações em março – o enxugamento dos estoques vai determinar altas mais significativas ainda.

E já se viu na semana de 25 a 29. Na indústria, o hidratado subiu 7,85%, mais que dobrando sobre o período imediatamente anterior. Nas distribuidoras, também segundo o Cepea, os reajustes foram todos acima de 15%, com exceção da segunda (13%). Anteontem passou a 17,28%.

Diante do risco de faltar biocombustível, considerando que há uma frota velha que só roda no álcool e, ainda, proprietários de carros flex que insistem em um mix de abastecimento mesmo com a perda de competitividade, os valores tendem a subir em escala cada vez mais considerável daqui para frente.

Martinho Ono, cuja trading SCA é especializada em etanóis, avaliou para Money Times, há dias, que os estoques que serão carregados poderiam ser da ordem de 1,3 bilhão de litros para cinco meses.

A Unica, também aqui, apontou em 18 dias de consumo mensal o nível de estoques mantidos nas empresas produtoras. E ainda afirmou que o mercado conta com os 250 milhões/l de etanol de milho para poder ajudar. Inclusive, fez menção à necessidade de cobertura com importações.

Mas os números de produção e vendas da primeira quinzena de outubro mostram que o cenário é precário. A produção de hidratado recuou 50,68%, para 647 milhões de litros, e as venda foram a 575 milhões/l, menos 34%. O anidro ganhou prioridade na produção, na medida que o hidratado perdeu competividade expressiva e a gasolina recuperou consumo, mesmo com preços altos.

A safra, de fim antecipado, moeu 19,69 milhões de toneladas, menos 46,77% na comparação anual, alcançando o acumulado de 487,33 milhões/t ante 538,86.

Segundo cálculos do setor, nesta quinzena corrente do mês e talvez nos primeiros de novembro, as poucas unidades que ainda estão trabalhando devem processar o resto de cana que falta, em torno de 20 milhões/t.

No ciclo anterior, a produção foi de 605 milhões/t no Centro-Sul.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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