Ambev (ABEV3): Ações sobem após 3T25, mas balanço não convence analistas
As ações da Ambev (ABEV3) assumiram a dianteira do Ibovespa (IBOV) na primeira meia hora de pregão desta quinta-feira (30) em reação positiva aos números do terceiro trimestre de 2025, divulgados mais cedo.
A companhia reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,84 bilhões, crescimento de 7,4% em relação aos R$ 3,58 bilhões do mesmo período de 2024. O resultado foi impulsionado pela menor despesa com imposto de renda, que compensou uma maior despesa financeira líquida.
O Ebitda ajustado somou R$ 7,059 bilhões, queda de 0,1% em um ano, com margem de 33,9%, 1,9 ponto percentual acima do 3T24.
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Os volumes totais caíram 5,9%, para 42,42 milhões de hectolitros, com resultados negativos em todas as unidades de negócio da companhia: Brasil, América Central e Caribe, América Latina Sul e no Canadá.
Por volta de 11h15 (horário de Brasília), as ações ABEV3 avançavam 4,32%, a R$ 12,55. Acompanhe o tempo real.
Analistas do Bradesco BBI apontam que os números vieram acima do esperado, mas trazendo sinais mistos.
“Apesar do cenário desafiador para volumes, a companhia mostrou capacidade de proteger margens por meio de gestão eficiente de custos e de despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A), além de iniciativas de premiumização e digitalização”.
Apesar disso, a casa segue atenta à fraqueza estrutural do consumo no Brasil e à volatilidade na Argentina, que podem limitar ganhos operacionais à frente.
O BBI mantém recomendação Neutra para ABEV3, com preço-alvo de R$ 13,00 para 2026, dado que o valuation ainda apresenta prêmio frente aos pares globais e a recuperação de volumes permanece como principal catalisador para revisões positivas.
XP vê desempenho fraco da Ambev
A XP Investimento tem um sentimento mais pessimista sobre o balanço. Os analistas apontam que, após um segundo trimestre decepcionante, a Ambev apresentou outro desempenho fraco, ainda impactado negativamente pelas condições climáticas adversas e pelo enfraquecimento da indústria.
Temperaturas abaixo do normal, combinadas com uma renda disponível já pressionada, levaram a uma queda de 7,7% no volume de cerveja no Brasil, destaca a casa.
“Pelo lado positivo, os segmentos premium, opções equilibradas e cervejas sem álcool superaram os segmentos core e core-plus, e agora a AmBev lidera em todas as frentes, enquanto a gestão de custos continua encorajadora”, dizem os analistas.
No geral, apesar da perspectiva de clima mais quente e do novo programa de recompra da companhia, a XP vê a Ambev negociada a um exigente múltiplo de 13,9 vezes o preço sobre lucro, considerando as fracas perspectivas de crescimento do lucro por ação, e, portanto, reforçam a recomendação de venda.