Ambipar (AMBP3) em recuperação judicial: Dívidas somam R$ 11 bi; veja bancos mais expostos

A Ambipar (AMBP3) bem que tentou adiar, mas não escapou da recuperação judicial, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, com dívidas que somam R$ 11 bilhões.
Segundo fontes ouvidas pelo Money Times, a ideia era que a empresa evitasse o instrumento, considerado uma operação mais desgastante e extrema.
Agora, a companhia terá que enfrentar um longo processo, que envolverá uma ‘batalha’ com credores.
Um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) indica que os processos de RJ possuem uma duração média entre três e quatro anos no Brasil.
Ambipar: O tamanho da dívida
Informações do Brazil Journal dão conta de que a maior parte da dívida da Ambipar são de bonds, ou seja, título de dívidas no exterior.
Já as debêntures somam outros R$ 3 bi, enquanto as dívidas com bancos somam outros R$ 2 bilhões.
Ainda de acordo com o site, entre as instituições, o maior credor é o Santander (SANB11), com R$ 663 milhões, seguido pelo:
- Banco do Brasil (BBAS3) (R$ 352 milhões),
- Banco do Nordeste (R$ 207 milhões),
- Deutsche Bank (R$ 188 milhões),
- Bradesco (BBDC4) (R$ 165 milhões),
- Daycoval (R$ 109 milhões),
- Scania (R$ 77 milhões) e
- ABC Brasil (ABCB4) (R$ 56 milhões).
De acordo com um gestor que conversou com o Money Times, a recuperação judicial foi um grande erro.
“Deveriam ter ido para uma recuperação extrajudicial. Existe risco grande de perder contratos. A empresa hoje está em fragilidade de ativos. Ela vendeu todos os equipamentos e passou a alugar. Isso deixa ela em desvantagem ou facilmente substituível”, afirma.
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Ainda segundo ele, as dívidas não devem afetar os bancos, já que há baixo impacto por ser “pulverizada”.
“Provisionamento já está suficiente para lidar com essa RJ”.
Na bolsa, a companhia renovava mínimas históricas, com tombo de 27%, a R$ 0,42.
Relatório a 7 chaves
Já o Broadcast informa que a empresa apresentou à Justiça do Rio de Janeiro um relatório gerencial de seu fluxo de caixa, em envelope lacrado e sob sigilo.
A companhia, que possui uma das maiores dívidas do mercado — de quase R$ 11 bilhões —, detalha o destino do caixa de R$ 4,7 bilhões registrado no segundo trimestre, dos quais afirma ter R$ 2 bilhões disponíveis imediatamente.
Uma das grandes questões da companhia era justamente o seu caixa. Semanas atrás, parte da imprensa informava que alguns credores da Ambipar buscavam identificar onde ele estaria.
O ponto já chamava a atenção no relatório da S&P. O documento destaca que a Ambipar reportou uma dívida de curto prazo de R$ 616 milhões, o que representa apenas cerca de 5% da dívida bruta.