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Americanas (AMER3): Enquanto gestores vendem, Morgan Stanley compra ações

01 fev 2023, 12:16 - atualizado em 01 fev 2023, 12:29
Americanas, AMER3
“O Morgan Stanley não objetiva alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da companhia”, coloca (Imagem: Bloomberg)

O Morgan Stanley elevou sua participação acionária na Americanas (AMER3) para 5,2%, mostra documento enviado ao mercado na noite da última terça-feira (31).

Segundo o comunicado, a empresa passou a deter 42 milhões de ações e 4,5 milhões de instrumentos financeiros derivativos.

“O Morgan Stanley não objetiva alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da companhia”, coloca.

Enquanto o banco compra, outras gestores vendem Americanas

O movimento de elevação de participação ocorre em meio ao desmonte de posições de gestoras, que chegaram a quase zerar posição em Americanas após a empresa anunciar um rombo de R$ 20 bilhões.

Na semana passada, a BlackRock, a maior gestora do mundo, saiu de uma posição de 5% para 0,115%. Já a Capital Group despejou 52 milhões de ações, enquanto a Nuveen LLC, que detinha até então a maior participação acionária depois do 3G Capital, dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, também vendeu os papéis.

Americanas: Entenda o caso

Em 11 de janeiro, a Americanas comunicou o mercado de que encontrou “inconsistências contábeis” no valor de R$ 20 bilhões nos balanços. O pente-fino nas contas da varejista foi feito pela nova gestão, liderada por Sergio Rial, que havia assumido a cadeira de CEO apenas nove dias antes. No mesmo dia, Rial renunciou ao cargo.

A notícia causou um terremoto no mercado, e foi classificada pelos advogados do BTG Pactual (BPAC11), um dos maiores credores da companhia, como “a maior fraude” da história corporativa do Brasil.

O rombo nas contas foi gerado pela omissão, por parte da empresa, dos juros devidos aos bancos, em operações conhecidas no mercado como “risco sacado”. Nessas operações, a Americanas tomava dinheiro emprestado dos bancos para financiar a compra dos bens que revende. Na sua contabilidade, porém, esses compromissos são registrados como dívidas com fornecedores, excluindo-se, portanto, os custos financeiros.

Em 19 de janeiro, a Americanas apresentou seu pedido de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que o aceitou no mesmo dia. No documento em que justifica a medida, a companhia alegou possuir R$ 43 bilhões em dívidas junto a mais de 16 mil credores.

Veja o documento:

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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