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Americanas (AMER3): Valor de marca encolhe mais de 50% após calote, mostra levantamento

28 mar 2023, 11:55 - atualizado em 28 mar 2023, 11:55
Americanas
Americanas registrou um tombo de 53% do valor de marca, totalizando R$ 844 milhões, segundo a Interbrand (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A Americanas (AMER3) viu seu valor de marca encolher mais de 50% com os acontecimentos deste ano que levaram a companhia a entrar com pedido de recuperação judicial, revela um levantamento da consultoria Interbrand.

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A Interbrand analisou, entre outros pontos, a capacidade do negócio gerar valor financeiro acima das expectativas dos investidores; a influência da marca no processo de decisão do consumidor; a performance da marca; e o valor financeiro da marca para um determinado segmento.

Os critérios utilizados foram:

  • ser de origem brasileira;
  • ter informações financeiras públicas;
  • publicar resultados individuais das marcas;
  • gerar lucro econômico positivo; e
  • atingir índice final de força de marca igual ou maior que 50.

A edição “Marcas Brasileiras Mais Valiosas 22/23” revelou que a empresa varejista registrou um tombo de 53% do valor de marca em relação ao levantamento do ano passado, totalizando R$ 844 milhões.

(Fonte: Interbrand)

A Interbrand destaca, em relatório divulgado nesta segunda-feira (27), que o varejo, setor que mais cresceu nos últimos anos, foi impactado pela queda significativa da Lojas Americanas, que saiu do décimo para o décimo nono lugar do ranking.

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“Os últimos fatos relacionados ao resultado da Americanas S.A. foram determinantes para a sua avaliação no ranking”, diz.

A Interbrand frisa que as informações utilizadas no levantamento se referem aos anos 2021 e 2022, antes da detecção de inconsistências contábeis no balanço da companhia, mas, “devido à relevância do fato, tanto a avaliação financeira quanto a de Força de Marca sofreram um grande impacto, o que determinou sua queda em valor e posição”.

Em 11 de janeiro, a Americanas comunicou o mercado que encontrou inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões nos balanços. As irregularidades foram detectadas durante o mandato de Sergio Rial, que havia assumido a cadeira de CEO apenas nove dias antes. No mesmo dia, Rial renunciou ao cargo.

A notícia causou um terremoto no mercado e foi classificada pelos advogados do BTG Pactual (BPAC11), um dos maiores credores da companhia, como “a maior fraude” da história corporativa do Brasil.

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O rombo nas contas foi gerado pela omissão, por parte da empresa, dos juros devidos aos bancos, em operações conhecidas no mercado como “risco sacado”.

Pouco após a notícia de inconsistências contábeis vir à tona, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que o aceitou no mesmo dia.

Mais sobre o levantamento

Itaú (ITUB4) e o Bradesco (BBDC4) lideram as duas primeiras colocações do ranking de marcas mais valiosas da Interbrand. Desde a edição do ano passado, os dois bancos viram seus valores subirem 9% e 4%, respectivamente, a R$ 44,3 bilhões e R$ 28,6 bilhões.

Outra instituição financeira que integra a lista é o Banco do Brasil (BBAS3). Em quinto lugar, a marca está valendo R$ 10,3 bilhões.

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Estreante da lista, o Nubank (NU;NUBR33) superou a Petrobras (PETR3;PETR4). O roxinho entrou no estudo da consultoria na sétima posição, com valor de R$ 3,83 bilhões. Já a estatal, apesar do aumento de 7% no valor em relação ao levantamento de 2022, ocupa o oitavo lugar, com R$ 3,5 bilhões.

Magazine Luiza (MGLU3) está dentro do top 10 do ranking, com valor de marca de R$ 3 bilhões, enquanto a Lojas Renner (LREN3) apresentou o maior crescimento (+14%), a R$ 1,98 bilhão.

As 25 marcas mais valiosas do Brasil da edição 22/23 somam um valor total aproximado de R$ 153,5 bilhões, ante R$ 144,4 bilhões do levantamento passado.

A Provokers ficou responsável por realizar uma pesquisa quantitativa na qual foram entrevistadas 1.109 pessoas, considerando homens e mulheres de todo o Brasil acima de 15 anos de idade das classes A, B e C.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.