Agronegócio

Anec vê alta de 34% no embarque de soja do Brasil no 1º semestre

10 jun 2020, 15:14 - atualizado em 10 jun 2020, 15:14
Soja
O volume esperado para o semestre representaria um aumento de 34% na comparação com o total embarcado no mesmo período de 2019 (Imagem: REUTERS/Jason Reed)

O Brasil deverá terminar o primeiro semestre com exportações de 60,5 milhões de toneladas de soja, considerando os embarques de 10,8 milhões de toneladas projetados para junho, apontou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) em relatório nesta quarta-feira.

O volume esperado para o semestre representaria um aumento de 34% na comparação com o total embarcado no mesmo período de 2019, de acordo com dados computados pela Anec.

Os embarques de soja, o principal produto de exportação do país, estão sendo beneficiados por uma grande demanda da China, além de um câmbio que torna o produto brasileiro mais competitivo.

Além disso, conforme comentou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na véspera, embarques têm sido recordes nos primeiros meses do ano devido a antecipações em razão de incertezas relacionadas aos impactos da Covid-19 na comercialização e logística de movimentação da produção agropecuária.

A Anec ainda observou que as operações logísticas e os embarques para exportação seguem normalmente em todo o país, maior exportador global de soja, ainda que a pandemia tenha exigido mudanças em muitos protocolos sanitários.

Considerando a expectativa de embarques no semestre e a previsão de exportação para o ano, de 77 milhões de toneladas, segundo avaliação da Conab, ao país restariam cerca de 16,5 milhões de toneladas para embarcar no segundo semestre –normalmente um período de menores despachos da oleaginosa pelos portos brasileiros.

Já as exportações de farelo de soja deverão fechar o semestre em 8,6 milhões de toneladas, considerando expectativa de embarques de 1,7 milhão de toneladas em junho, segundo a Anec.

O volume embarcado de farelo de soja pelo Brasil no semestre ficaria cerca de 500 mil toneladas acima do visto no mesmo período do ano passado.

No ano, as exportações de farelo do Brasil estão estimadas em 16,3 milhões de toneladas, pela associação da indústria Abiove.

Milho e algodão

A menor movimentação de soja no segundo semestre deverá abrir espaço para os embarques de milho do Brasil, cujas exportações em 2020 estão estimadas em 34,5 milhões de toneladas pela Conab.

Colheita de algodão no distrito de Roda Velha, próximo a Luís Eduardo Magalhães (BA)
No caso do algodão, os embarques deverão fechar o semestre em 788,9 mil toneladas da pluma, ante 953 mil toneladas no mesmo período do ano passado (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Nos primeiros seis meses do ano, em meio a estoques mais apertados antes da entrada da segunda safra, as exportações do cereal brasileiro foram estimadas em apenas 2,4 milhões de toneladas, considerando embarques projetados de 689 mil toneladas em junho.

O total previsto para o semestre ficaria cerca de 70% abaixo do visto no mesmo período do ano passado, segundo a Anec. Em 2019, o país exportou um recorde de mais de 40 milhões de toneladas do cereal.

Tradicionalmente, a exportação de milho do Brasil ganha força no segundo semestre com a chegada da segunda safra ao mercado. A colheita da safra de inverno começou neste mês.

No caso do algodão, os embarques deverão fechar o semestre em 788,9 mil toneladas da pluma, ante 953 mil toneladas no mesmo período do ano passado.

Os negócios de algodão têm sido impactados por postergações de embarques, em meio a quedas nos preços por impacto da Covid-19.

Diante disso, a Anec afirmou em nota que as incertezas trazidas pelo novo coronavírus deixou o mercado sem liquidez, o que deverá afetar o plantio a próxima safra de algodão, com uma redução prevista de 40% na área, com produtores optando por milho e soja.

Reportagem da Reuters publicada na semana passada já havia indicado redução de área de algodão na próxima safra, devido aos problemas relacionados à Covid-19 para este mercado, segundo produtores.

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