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Após Bolsonaro baixar tom, Fiesp divulga manifesto e pede estabilidade institucional

10 set 2021, 9:27 - atualizado em 10 set 2021, 9:27
Jair Bolsonaro
A nota de Bolsonaro agradou os mercados financeiros e levou a uma alta das ações e do real ante do dólar (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Após o presidente Jair Bolsonaro baixar o tom em sua escalada de ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou nota conjunta com outras entidades em que pede serenidade, estabilidade institucional e foco em medidas urgentes e necessárias para o país.

O manifesto liderada pela entidade, que inicialmente seria divulgado na semana passada, quando a crise institucional caminhava para seu ápice, atingido na terça-feira, após Bolsonaro ameaçar com uma ruptura durante discurso no Dia da Independência, afirma ainda que a mensagem tem como destinatários os três Poderes da República e não um deles especificamente.

“As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada da tensão entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer de forma sustentada e continue a gerar empregos”, afirma o documento.

“Esta mensagem não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente, mas a todos simultaneamente, pois a responsabilidade é conjunta. Mais do que nunca o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário.”

No início da semana passada, a Fiesp adiou a divulgação do manifesto, intitulado “A Praça é dos Três Poderes”, sob alegação de que havia interesse de mais entidades de se somarem à iniciativa.

O documento contava inicialmente com o apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mas Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, controlados pela União, ameaçaram sair da entidade caso ela fosse publicada, pela avaliação de que marcava um posicionamento político contra o governo Jair Bolsonaro, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto.

Também na semana passada, a Febraban afirmou que apoiava os termos do documento, mas buscou ao mesmo tempo distanciar-se da Fiesp e decidiu não assiná-lo.

O manifesto terminou por ser divulgado, também por meio de anúncios em jornais de grande circulação, somente nesta sexta, após uma nota oficial assinada por Bolsonaro na véspera na qual baixou o tom de sua escalada contra o STF e afirmou que jamais teve a intenção de agredir outras instituições.

A nota de Bolsonaro agradou os mercados financeiros e levou a uma alta das ações e do real ante do dólar, após forte queda do Ibovespa e alta da moeda norte-americana na esteira dos atos do 7 de Setembro e da alta tensão política que provocaram.

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