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Após corte nos dividendos, Levante vê Cielo como “cilada” e recomenda ficar longe da ação; papel cai 6%

27 maio 2019, 10:57 - atualizado em 27 maio 2019, 10:57
Cielo anunciou na semana passada que está reduzindo a distribuição de lucros aos acionistas de 70% para 30% (Money Times)

Arena do Pavini

Uma grande cilada para o investidor, ou como tentar pegar uma faca caindo. É assim que a gestora independente Levante Ideias de Investimento avalia a ação da Cielo (CIEL3) após a empresa anunciar na semana passada que está reduzindo a distribuição de lucros aos acionistas de 70% para 30% e revendo suas projeções de ganhos para o ano.

Em relatório que leva o título “Nota de Falecimento”, a Levante avalia que a notícia é negativa para as ações da Cielo  no curto prazo, pois a empresa está sofrendo, e muito, com o aumento da concorrência na “guerra das maquininhas”.

As ações da Cielo acumulam queda de 30% nos últimos três meses, comparada a uma queda de -3,7% no Índice Bovespa no mesmo período. Hoje, o papel abriu em forte queda, refletindo o anúncio de sexta-feira, depois do fechamento do pregão. A ação cai 6%, para R$ 7,12 na B3.

“Temos reforçado a nossa visão negativa sobre a empresa desde o ano passado: a vantagem competitiva da Cielo foi bastante reduzida com o aumento da concorrência e os seus resultados estão em queda livre”, diz relatório da consultoria enviado aos clientes.

A vantagem competitiva da Cielo foi bastante reduzida com o aumento da concorrência e os seus resultados estão em queda livre”, disse o relatório

A Levante diz que, apesar de alguns especialistas do mercado gostarem bastante da Cielo e ainda insistirem em defender a tese de investimento da empresa, “acreditamos que é muito perigoso tentar pegar uma ‘faca caindo’. Definitivamente,  é uma grande cilada!”.

Corte do Safra

Na semana passada, também a corretora do Banco Safra havia divulgado relatório cortando o preço-alvo da ação em um terço e recomendando também ficar longe da ação.

Papel alugado para venda

Mas nem todos querem ficar longe da ação da Cielo. A visão negativa sobre a ação da Cielo faz o papel ser um dos mais alugados para venda por fundos que apostam na queda do papel. Nessa operação, o fundo aluga a ação de outro investidor e a vende, e fica devendo o papel apostando que ele vai estar mais barato no futuro quando tiver de devolvê-lo. O dinheiro da venda pode ser aplicado em outra ação que o fundo acha que vai subir ou mesmo em renda fixa.

Entre os dez maiores volume alugados, Cielo aparecem em oitavo lugar, com 10,8 milhões de ações alugadas, equivalentes a 17,5 dias de negociação e uma taxa de aluguel de 12,86% ao ano, que só perde da Natura, com 38,43%, segundo levantamento da corretora

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