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Após rodada de prévias, ação ‘top pick’ puxa alta de construtoras; veja quais

18 jan 2023, 14:05 - atualizado em 18 jan 2023, 14:05
Construção
Ações de construtoras sobem no pregão puxadas por Cyrela e Tenda após prévias operacionais do setor (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

As ações das construtoras Cyrela (CYRE3) e Cury (CURY3) operam em alta nesta quarta-feira (18) desde a abertura dos negócios com investidores reagindo positivamente às prévias operacionais das companhias, divulgadas ontem à noite. Outras empresas de construção civil sobem na esteira, enquanto a Tenda (TEND3) dispara no pregão.

Por volta das 13h45 (de Brasília), a Cyrela subia 3,4%, entre as maiores altas do Ibovespa. Enquanto a Cury tinha alta de 1,7%. Os papéis da JHSF (JHSF3), que também divulgou prévia operacional, tinha queda de 1%.

Cyrela tem “desempenho de alto nível”

Para o analista de real estate da Empiricus Research, Caio Araujo, a prévia da Cyrela mostrou um “desempenho de alto nível”, com salto nas vendas líquidas contratadas e avanço no valor geral de vendas (VGV) de lançamentos.

“Esses resultados demonstraram, mais uma vez, a capacidade de geração de valor da gestão da empresa, mesmo em um cenário desafiador para as incorporadoras, que têm reduzido seus lançamentos e margens. A Cyrela segue apresentando indicadores crescentes e saudáveis”, avalia.

Os analistas do Goldman Sachs, Jorel Guilloty e Steven Lam, comentam que o desempenho sequencial da Cyrela foi perceptível diante das expectativas de desaceleração em função das eleições e da Copa do Mundo no quarto trimestre.

“No geral, os números passaram uma impressão forte, o que nos faz reiterar a recomendação de compra”, dizem, acrescentando que os números da construtora têm resistido à tendência de desaceleração nas vendas e vieram melhores do que o esperado.

Na análise do Morgan Stanley, os números da prévia são bem vistos pelo mercado e que, notavelmente, a gestão da construtora e incorporadora continua a navegar “sem problemas” diante do ambiente macroeconômico mais desafiador.

“De fato, esses resultados abrem espaço para revisões, mas, dadas as atuais circunstâncias macro, pensamos que uma postura cautelosa é ainda garantida para o curto e médio prazo”, ponderam os analistas do banco.

A “queridinha” entre as construtoras de baixa renda

As ações da Cury também sobem no pregão com o mercado vendo com bons olhos o resultado da companhia – o que reforça o papel ser o “queridinho” de analistas no segmento de baixa/média renda, com praticamente todos os bancos e casas de análises seguirem com recomendação de compra.

O analista do Itaú BBA, Daniel Gasparete, comenta que os números reportados pela Cury na prévia operacional foram consistentes. Os lançamentos desaceleraram-se, como esperado, em linha com a estratégia da companhia de antecipar os projetos para os primeiros nove meses do ano.

“Foi uma tentativa de amenizar o impacto das eleições e da Copa do Mundo nas vendas. As pré-vendas mantiveram-se em níveis decentes, apesar da queda nos lançamentos”, acrescenta.

Para a equipe de real estate do BTG Pactual, 2022 é “um ano para lembrar” da Cury, que mostrou ser uma “bela prova de estratégia de alta rotatividade de ativos”. Os analistas destacam os resultados fortes em todos os níveis no quarto trimestre e no acumulado do ano.

“Temos uma visão muito positiva sobre os players do segmento de baixa renda, que devem manter seu forte ímpeto operacional após vários revisões do programa Casa Verde e Amarela no ano passado. A Cury é nossa melhor escolha devido à sua forte lucratividade e avaliação atrativa”, acrescentam.

JHSF tem “números decentes”

A JHSF também divulgou sua prévia operacional ontem com vendas líquidas contratadas de R$ 419,1 milhões entre outubro e dezembro, alta de 23,2% na base anual. No segmento de shoppings, a companhia exibiu 7,7% de alta nas vendas, para R$ 1,18 bilhão, mesmo com os eventos acima citados no trimestre.

No ano, as vendas atingiram R$ 1,53 bilhão, queda de 3,3% na comparação com 2021, enquanto as vendas consolidadas dos shoppings cresceram 27,8% na mesma base de comparação, para R$ 2,96 bilhões. Ante 2019, período pré-pandemia de Covid-19, o montante avançou 56,6%.

O head de real estate da XP, Ygor Altero, reforça que a empresa registrou números fortes no trimestre impulsionados pela aceleração das vendas contratadas no segmento de incorporação, enquanto o segmento de shoppings continuou com uma tendência positiva.

Além disso, o indicador aluguel nas mesmas lojas (SSR, na sigla em inglês) aumentou 8,5% de outubro a dezembro, na base anual. Já os custos de ocupação atingiram 8,7% no período, com ligeira alta ante o ano anterior, “o que vemos como saudável, abrindo espaço para a JHSF continuar aumentando o SSR daqui para frente”, diz.

Gasparete, do Itaú BBA, pondera que o resultado do segmento de shoppings desacelerou ante o terceiro trimestre, enquanto analistas do Bradesco BBI destacaram que os resultados ficaram um pouco abaixo das concorrentes Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11).

Para o banco, ainda assim, os números da JHSF foram decentes para o trimestre. “A divisão de construção residencial melhorou, sustentado pelo forte desempenho do projeto ‘Reserva Cidade Jardim'”, diz.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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