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Aprosoja-MT quer meio bilhão para alongar dívidas de produtores do estado; confira

27 jan 2024, 11:41 - atualizado em 27 jan 2024, 11:41
aprosoja produtores
Associação quer a criação de duas linhas emergenciais de crédito, uma em dólar pelo BNDES e outra com recursos do Tesouro Nacional (Imagem: Reprodução/Aprosoja)

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) enviou um ofício à Secretaria de Política Agrícola do Ministério de Agricultura e Pecuária (SPA/Mapa) apresentando propostas para ajudar os produtores rurais de Mato Grosso a superar os efeitos do clima adverso na safra 2023/24.

O ofício foi enviado na sexta-feira (26) e foi assinado pelo presidente da entidade, Lucas Costa Beber.

A associação sugere ao secretário de Política Agrícola, Neri Geller, a destinação de R$ 500 milhões do Tesouro para suportar o alongamento das dívidas dos produtores de Mato Grosso, conforme prevê o Manual de Crédito Rural (MCR).

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Eles também propõem a criação de duas linhas emergenciais de crédito, a primeira em dólar no montante de US$ 1,95 bilhão via BNDES, com taxa de 5,5% ao ano mais variação cambial.

A segunda linha de crédito proposta, em reais, estimada em R$ 1,05 bilhão de orçamento extra para equalização com recursos do Tesouro, com taxa de 7% ao ano.

Para as duas linhas, a entidade sugere cinco anos de prazo e um ano de carência. Além disso, pede que as medidas não prejudiquem o limite e o rating dos produtores afetados, o que vai exigir celeridade na aprovação e liberação dos recursos.

Aprosoja, tradings, seguro rural e o agro

A Aprosoja-MT também propõe que o Mapa coordene diálogos com as tradings para discutir as cláusulas denominadas washout, uma vez que há produtores com grandes perdas e não conseguirão entregar o produto negociado. A entidade requer que “os percentuais sejam reajustados, no mínimo, aos patamares a que essas companhias são submetidas em contratos internacionais”.

No ofício, também consta o pedido para o fortalecimento do Seguro Rural e o desenvolvimento de novos instrumentos de gestão de risco. O objetivo, diz o documento, é evitar que o Poder Público seja demandado no futuro a desembolsar grandes montantes para manter a agricultura viável, e por consequência, a economia do país.

De acordo com estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o agronegócio representa 24% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Segundo pesquisa da Aprosoja-MT, a safra de soja no estado deve ter uma quebra de 21%.

“Com uma importância expressiva para a balança comercial e a estabilidade da moeda, a cultura da soja precisa ter seus riscos melhor avaliados e cobertos por instrumentos de gestão. A ampliação da subvenção ao prêmio do seguro, hoje limitada a apenas 20%, e adequação do orçamento do Programa de Seguro Rural são medidas de curto prazo imprescindíveis”, diz.

O ofício também pede que a SPA atue pela extinção da Moratória da Soja, acordo comercial que proíbe a compra da soja produzida em áreas desmatadas após 2008 no bioma da Amazônia, mesmo que legalmente, se sobrepondo ao Código Florestal. “Produção sustentável é aquela que respeita o Código Florestal e que observa os ditames do art. 225 da Constituição Federal”, comenta.

“Nesse sentido, a SPA […] deve agir institucionalmente e até junto ao CADE para que esse acordo comercial deixe de gerar obstáculos ao nosso crescimento. Vale lembrar que o Banco do Brasil aderiu à Moratória e conta com grande volume de recursos do Tesouro para subvenções e equalizações da taxa de juros. Como a SPA lidera a construção do Plano Safra, sugerimos que após um diálogo junto com o banco, se este se recusar a sair da Moratória, que tais recursos federais sejam direcionados para aplicação por cooperativas de crédito”, completa.

A entidade finaliza o ofício deixando o caminho aberto para o diálogo com a SPA e se prontifica a colaborar com a construção de políticas públicas a partir do compartilhamento de mais informações.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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