Economia

Argentina em foco: Com a vitória da coalizão de Javier Milei, qual setor é o mais atrativo agora?

27 out 2025, 12:33 - atualizado em 27 out 2025, 12:41
Argentina, Internacional, Javier Milei
(Imagem: Getty Images/Canva)

As eleições de meio de mandato eram vistas como um termômetro do futuro da governabilidade do presidente da Argentina, Javier Milei. Nesta segunda-feira (27), com todas as urnas praticamente apuradas, o resultado surpreendeu mesmo os mais entusiastas do ultraliberal. 

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O La Libertad Avanza (LLA), partido de Milei, esperava conseguir ao menos um terço (ou cerca de 33%) dos votos para compor um bloco mais sólido na Câmara dos Deputados e no Senado do país.

Contudo, o resultado foi melhor do que o esperado: o LLA recebeu quase 41% do total de votos, em comparação com os pouco mais de 31% para a coalizão Kirchnerista (o Fuerza Patria e aliados).

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Com isso, Javier Milei ganha um novo fôlego para a segunda metade de seu mandato. De acordo com relatórios do BTG Pactual, UBS, Goldman Sachs e Itaú BBA, a expectativa é de que, a partir de agora, as propostas de caráter liberalizante do presidente argentino ganhem tração nas Casas Legislativas.

Como era esperado, a bolsa argentina disparou e o dólar perdeu força no país com a euforia pós-eleição. 

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Apesar do otimismo, existe um setor em específico que é visto com melhores olhos pelos analistas. 

Bancos são aposta para Argentina agora

Quando se fala de Argentina é difícil não pensar logo em instabilidade econômica, e Milei tem conseguido relativo sucesso em colocar o país de volta nos trilhos.

“O sucesso nos resultados fiscais ajuda na inflação e nas taxas de juros e, consequentemente, nas perspectivas do negócio de crédito bancário e seus múltiplos de avaliação”, escrevem os analistas do Itaú BBA, que passam a enxergar o setor bancário como o que mais deve se aproveitar do novo panorama político do país. 

“Esperamos uma aceleração do crescimento da carteira de crédito de 30% na comparação anual e um crescimento do lucro de mais de 50% nas estimativas para 2026”, escreveram. 

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Assim, as apostas de outperform (o equivalente a compra) vão para o Banco Galícia, Banco Macro e BBVA (como é conhecido o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria). 

Métrica Galicia (GGAL) BBVA (BBAR) Macro (BMA)
Rating Outperform Outperform Outperform
Target Price (YE26) US$ 35,43 US$ 15 US$ 78
Preço Atual (USD) US$ 22,86 (Calculado de Upside) US$ 10,20 (Calculado de Upside) US$ 57,70 (Calculado de Upside)
Alta potencial 55% 47% 35%
Lucro esperado 2025 (em milhões de dólares) US$ 1,046 US$ 394 US$ 771
Lucro esperado 2026 (em milhões de dólares) US$ 1,333 US$ 429 US$ 920
ROEs (%) 2025E 7% 7% 10%
ROEs (%) 2026E 17% 14% 18%
P/E 2025E 5,4x 5,2x 4,8x
P/E 2026E 4,3x 4,8x 4,0x

Fonte: Relatório Itaú BBA – Back on Track; Upgrading Argentina Banks to OP. Link

Água no vinho argentino?

A partir de agora, os analistas esperam que o governo tenha duas bases de sustentação principais, em especial no que diz respeito à política econômica: acumular reservas em dólar e construir consenso para implementar reformas estruturais.

O primeiro ponto ganha contornos mais claros. Afinal, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já garantiu dois empréstimos — um via swap cambial e outro voltado à compra de dívida da Argentina — que totalizaram US$ 40 bilhões para ajudar a compor as reservas argentinas.

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Já o segundo ponto é um pouco mais complicado. 

Isso porque, apesar das reformas estruturais serem vistas como positivas no longo prazo, o resultado de curto prazo é extremamente impopular. E, vale dizer, Milei ainda tem mais dois anos pela frente com um Congresso em que ainda não tem maioria absoluta. 

O resultado da eleição do último domingo (26) garantiu ao governo a minoria de um terço em ambas as Casas Legislativas, o que é crucial para sustentar vetos presidenciais — e evitar um possível impeachment do presidente.

O LLA conseguiu um total de 92 dos 257 assentos na Câmara e 19 dos 72 assentos no Senado. Apesar disso, será necessária a consolidação de acordos para que as propostas passem com alguma suavidade pelo Congresso. 

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Por último, a construção de alianças não deve ser tão difícil, dado que o peronismo — principal corrente de oposição a Milei — estagnou como terceira maior força na corrida eleitoral, sendo superado por correntes de centro-direita no país. 

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É editor-assistente do Money Times, atua na cobertura de criptomoedas, criptoeconomia e tecnologia para o Crypto Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, graduando em Economia na Unifesp. Foi repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times, atua na cobertura de criptomoedas, criptoeconomia e tecnologia para o Crypto Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, graduando em Economia na Unifesp. Foi repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
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