Economia

Arrecadação federal acumula alta de 24,49% no semestre, mostram dados da Receita

21 jul 2021, 11:32 - atualizado em 21 jul 2021, 14:10
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No semestre, as receitas somaram 881,996 bilhões de reais, aumento real de 24,49% sobre o valor acumulado de janeiro a junho de 2020, segundo dados corrigidos pelo IPCA (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

A arrecadação federal voltou a apresentar um crescimento real expressivo sobre 2020 no mês de junho, de 46,77%, e acumulou no semestre um valor recorde de 881,966 bilhões de reais para o período, mostraram dados divulgados pela Receita Federal nesta quarta-feira.

O salto da arrecadação ocorre em meio à retomada da economia após a grave crise sofrida no ano passado com a paralisação das atividades diante da pandemia da Covid-19, que afetou a tributação do consumo e da renda.

Além disso, como medida de alívio às empresas, o governo postergou em 2020 o pagamento de uma série de tributos, o que não foi repetido na mesma intensidade neste ano.

As receitas somaram 137,169 bilhões de reais em junho, segundo maior valor para o mês da série da Receita, que tem início em 1995. Em junho de 2011, a arrecadação foi de 143,793 bilhões de reais, segundo dados corrigidos pelo IPCA.

A alta real das receitas no semestre na comparação com 2020 foi de 24,49%.

Segundo a Receita, excluindo o impacto sobre a arrecadação dos principais fatores não recorrentes e de alterações na legislação, como recolhimentos atípicos e diferimentos, a arrecadação teria crescido menos –20% em junho e 13,14% no semestre na comparação com 2020.

Ainda assim, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o patamar de arrecadação obtido no semestre é sustentável à frente, independentemente do desempenho da economia, e reiterou que a receita maior será usada para cobrir perdas com as medidas propostas pelo governo em sua reforma tributária.

“Mesmo se o Brasil parasse de crescer daqui para frente, nós já teríamos esse nível de arrecadação atingido e portanto sustentável”, disse Guedes.

“O nível de arrecadação, com o regime fiscal que temos hoje, se mantém. O que nós vamos fazer é justamente pegar uma parte desse aumento de arrecadação e transformar isso numa redução de alíquotas e simplificação de impostos, como sempre prometemos”, disse o ministro.

Paulo Guedes
“Mesmo se o Brasil parasse de crescer daqui para frente, nós já teríamos esse nível de arrecadação atingido e portanto sustentável”, disse Guedes (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Na semana passada, Guedes havia dito que a arrecadação do semestre veio 100 bilhões de reais acima do previsto e que o valor seria suficiente para cobrir as perdas potenciais do governo com sua proposta de reforma do Imposto de Renda, estimadas em 30 bilhões de reais.

“Isso não está nos preocupando muito agora porque só de o PIB voltar para o patamar semelhante ao que estava antes da pandemia já veio uma arrecadação 100 bilhões (de reais) acima do previsto agora”, disse Guedes na semana passada.

A Receita informou que vai atualizar nesta quinta-feira suas projeções para as receitas no ano.

No semestre, todos os setores da economia analisados pela Receita tiveram alta na arrecadação, com destaque para a extração de minerais metálicos (+175,6%), metalurgia (+79,7%) e fabricação de produtos de borracha e plástico (+67,3%).

Os tributos cuja arrecadação mais cresceu foram o Imposto de Renda da Pessoa Física (+46,1%) e os impostos vinculados à importação (+43,2%).

(Atualizada às 14:09)

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