As dez ações gringas que voaram em março e as dez para serem esquecidas

Março foi um mês de fortes emoções para o investidor da Bolsa americana. Desde o fatídico dia 10 de março, a data do colapso do Silicon Valley Bank (SVB), os mercados viveram dias alternados de angústia e alívio, à medida que iam surgindo os desdobramentos da maior crise de confiança no sistema financeiro desde os idos de 2008.

Foi somente nesta última semana que a poeira parece ter finalmente abaixado em Wall Street, graças a um conjunto de eventos que começou pela ajuda do FIDC (o Fundo Garantidor de Crédito dos EUA) aos depositantes dos bancos falidos, passou pelas linhas emergenciais de crédito criadas pelo Federal Reserve e culminou num movimento de ainda maior fortalecimento dos grandes bancos (o famoso clube das instituições ‘grandes demais para falir’).

Ao fim e ao cabo de todo o estresse, os três principais índices de Nova York conseguiram um improvável resultado positivo no último mês do trimestre. O Dow Jones Industrial Average (DJIA) ganhou 1,63% no mês, S&P 500 (SPX) arrematou 2,85% em ganhos, enquanto o Nasdaq Composite (US100) disparou incríveis 8,65%.

No caso do Nasdaq, esse é o melhor desempenho para o primeiro trimestre desde 2020.

Ganhadores do mês: tudo ensolarado para Big Techs, com ‘pivô’ do Fed no radar

O grande destaque positivo de março foi, sem dúvida, o setor tecnológico. As ações das Big Techs se beneficiaram com a súbita mudança para a perspectiva de juros nos EUA, com parte do mercado chegando a precificar até mesmo algum corte da taxa diretiva ao fim de 2023 — fato descartado pelo Federal Reserve.

De qualquer forma, a impressão que fica é que os dirigentes do BC norte-americano se assustaram com o que viram na crise dos bancos regionais, de maneira que um credit crunch (escassez de crédito) pode ter se tornado um critério incontornável para as próximas decisões da autoridade.

Dentro do S&P 500, das dez companhias que mais ganharam em março, oito delas possuem atuação estrita no setor tecnológico. Também aparecem na lista a First Solar Inc. e a Insulet Corp, do setor energético e de saúde.

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Perdedores em março: Bancos saem machucados

Não poderia ser diferente. O colapso do SVB e do Signature Bank abriru caminho para uma crise de confiança que acometeu todo o setor bancário dos EUA, alimentando uma voraz aversão ao risco que atingiu em cheio o valor das ações de diversos bancos de médio porte.

O principal destaque negativo ficou por conta do First Republic Bank (FRC), que chegou a perder 90% da sua capitalização de mercado em março.

O banco regional esteve por um triz de declarar insolvência, mas foi socorrido por uma ‘vaquinha’ de US$ 30 bilhões dos gigantes bancários dos EUA, como o Bank of America, Goldman Sachs e JP Morgan. A situação, no entanto, continua sendo crítica para a instituição.

Quem entrou na lista dos piores desempenhos foi a corretadora independente Charles Swab, considerado a principal influência para a XP Inc. A sangria no sistema bancário fez a empresa ter o pior mês desde 1987.

*Fonte FactSet.