Mercados

Assaí dispara 385% em dia de estreia na Bolsa; Pão de Açúcar derrete 65%

01 mar 2021, 18:40 - atualizado em 02 mar 2021, 0:56
Assaí
A listagem e oferta de ações do Assaí ocorreu no contexto de reorganização societária e cisão de ativos do Pão de Açúcar (Imagem: Assaí/Divulgação)

As ações do Assaí (ASAI3) dispararam nesta segunda-feira (1) em sua estreia na Bolsa após a cisão com o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3).

Com isso, os papéis fecharam em alta de 385%, a R$ 71,40. Já as ações do Pão de Açúcar derreteram 65,84%, a R$ 23,33.

De acordo com a XP Investimentos, o movimento é normal, visto que o Assaí não realizou um IPO (Oferta Pública de Ações) e sim uma listagem. Ou seja, não houve uma precificação dos papéis. O preço inicial do leilão foi definido com base no capital social de cada companhia.

“Tomando como base os números do balanço no quarto trimestre, estimamos um preço de aproximadamente R$ 73,60 por ação para ASAI3 e de R$ 10,30 por ação para PCAR3”, afirma a corretora.

Além disso, os analistas Danniela Eiger, Marco Nardini e Thiago Suedt, que assinam o documento, argumentam que, com base nos múltiplos do Grupo Mateus (GMAT3), que opera no mesmo segmento do Assaí, é possível que o papel da estreante chegue a R$ 71,9 por ação.

“Importante destacar que essa forte alta reflete apenas um ajuste do preço de uma realidade puramente contábil (capital social da companhia) para uma realidade de valor de mercado”, apontaram.

Já para o Pão de Açúcar eles calculam que o preço da ação seria em torno de R$ 11,1, “o que representa uma queda de 85% em relação à nossa estimativa de preço de início do leilão de abertura”, argumentam.

No primeiro balanço fora do Pão de Açúcar, a varejista reportou lucro líquido de R$ 299 milhões no quarto trimestre de 2020, elevação de 31% em relação ao mesmo período de 2019.

As vendas totais apresentaram crescimento de 33,4% e atingiram R$ 11,7 bilhões, com adição de R$ 2,9 bilhões, o maior incremento de vendas do negócio.

“A listagem nos permitirá operar de forma autônoma, com administração separada e foco em nosso modelo de negócio e oportunidades próprias de mercado. Para os investidores, significa investir em um segmento resiliente e em um player competitivo, presente entre as 15 maiores empresas do país e que vem investindo fortemente em expansão”, afirma Belmiro Gomes, CEO do Assaí.

Como parte do processo de cisão, os detentores de ações ordinárias de emissão do Pão de Açúcar, após o encerramento do pregão de 26 de fevereiro de 2021, receberam ações de emissão do Assaí Atacadista, na proporção de suas respectivas participações no capital social do Pão de Açúcar.

Ao todo, o Assaí possui 184 lojas distribuídas em 22 estados e Distrito Federal

A partir de hoje, 1º de março de 2021, as ações ordinárias de emissão do Pão de Açúcar passam a ser negociadas ex direito ao recebimento de ações ordinárias de emissão do Assaí Atacadista e as ações do Assaí Atacadista passarão a ser negociadas no segmento do Novo Mercado sob o ticker ASAI3.

Ao todo, o Assaí possui 184 lojas distribuídas em 22 estados e Distrito Federal.

Onda de IPOs

Janeiro e fevereiro deste ano mostraram a força e o potencial do mercado de capitais, com 15 IPOs realizados no período.

“A listagem do Assaí, que surge a partir de uma reestruturação societária, reforça o time de empresas listadas e mostra o quanto o mercado de capitais pode contribuir também para que companhias consolidadas possam conquistar ainda mais valor em seus negócios”, comentou Rogério Santana, diretor de Relacionamento com Clientes da B3.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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