Internacional

Atingido por escândalos, Boris Johnson renunciará ao cargo de premiê do Reino Unido

07 jul 2022, 7:48 - atualizado em 07 jul 2022, 7:48
Inicialmente, Johnson se recusou a deixar o cargo e pareceu pronto para resistir, demitindo Michael Gove (Imagem: REUTERS/Phil Noble)

Boris Johnson anunciará sua demissão do cargo de primeiro-ministro do Reino Unido nesta quinta-feira, após ter sido abandonado por ministros e parlamentares de seu Partido Conservador, que disseram que ele não estava mais apto a governar.

Com oito ministros, incluindo dois secretários de Estado, demitindo-se nas últimas duas horas, um Johnson isolado e impotente deve se curvar diante do inevitável e declarar a renúncia mais tarde nesta quinta-feira, disse uma fonte.

Seu gabinete em Downing Street confirmou que Johnson faria uma declaração para o país mais tarde nesta quinta.

Após dias de luta por seu cargo, Johnson foi abandonado por todos, exceto por um punhado de aliados, após o último de uma série de escândalos que quebrou a vontade de correligionários de apoiá-lo.

“Sua renúncia era inevitável”, disse no Twitter Justin Tomlinson, vice-presidente do Partido Conservador.

“Como partido, devemos nos unir rapidamente e nos concentrar no que importa. Estes são tempos graves em muitas frentes.”

Os conservadores terão agora que eleger um novo líder, um processo que poderá levar cerca de dois meses.

Não estava claro se Johnson deixaria o cargo imediatamente ou se ficaria de maneira interina enquanto a pessoa que será o novo primeiro-ministro é escolhida.

“Além de renunciar ao cargo de líder do partido, o PM deve renunciar ao seu cargo”, disse o legislador conservador Nick Gibb.

“Depois de perder tantos ministros, ele perdeu a confiança e a autoridade necessárias para continuar.”

O apoio a Johnson evaporou durante uma das 24 horas mais turbulentas da história política britânica recente, sintetizada pelo ministro das finanças, Nadhim Zahawi, nomeado para o cargo na terça-feira, pedindo pela saída do premiê.

Zahawi e outros ministros do gabinete foram para Downing Street na quarta-feira à noite, junto com um representante de alto escalão dos parlamentares da sigla que não estão no governo, para dizer a Johnson que o jogo havia acabado.

Inicialmente, Johnson se recusou a deixar o cargo e pareceu pronto para resistir, demitindo Michael Gove –um membro de sua equipe ministerial de alto escalão que foi um dos primeiros a dizer-lhe que precisava renunciar– em uma tentativa de reafirmar sua autoridade.

Um aliado havia dito ao jornal Sun que os rebeldes do partido teriam que “mergulhar suas mãos em sangue” para se livrar de Johnson.

Mas na manhã desta quinta-feira, quando uma série de demissões chegou, ficou claro que a posição de Johnson era insustentável.

“Isto não é sustentável e só vai piorar: para você, para o Partido Conservador e o mais importante, para todo o país”, disse Zahawi no Twitter.

“Você deve fazer a coisa certa e ir agora.”

Alguns dos que permaneceram no cargo, incluindo o ministro da Defesa, Ben Wallace, disseram que só o estavam fazendo porque tinham a obrigação de manter o país seguro.

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