Indústria

Atividade industrial na Ásia encolhe com impacto das tarifas dos EUA, enquanto China vai na contramão

01 set 2025, 5:13 - atualizado em 01 set 2025, 5:13
Exportações da China crescem em meio a tensões comerciais
China é o único grande asiático com PMI em agosto indicando crescimento da economia

As tarifas impostas pelos Estados Unidos afetaram a atividade industrial em toda a Ásia, ofuscando um desempenho surpreendentemente positivo da China, segundo pesquisas privadas divulgadas nesta segunda-feira (01). O resultado mantém a pressão sobre os formuladores de políticas econômicas para sustentar a frágil recuperação econômica da região.

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O cenário reforça preocupações de que os fabricantes asiáticos, que vinham antecipando embarques para evitar tarifas mais altas dos EUA, terão dificuldades para aumentar os lucros à medida que as exportações enfraquecerem nos próximos meses, dizem analistas.

Potências exportadoras como Japão, Coreia do Sul e Taiwan registraram contração na atividade industrial em agosto, segundo as pesquisas, ressaltando o desafio enfrentado pela Ásia diante do impacto das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

“É um golpe duplo para as economias asiáticas, que enfrentam tarifas mais altas dos EUA e a concorrência das exportações chinesas baratas”, disse Toru Nishihama, economista-chefe de mercados emergentes do Instituto de Pesquisa Dai-ichi Life.

“Provavelmente veremos o impacto das tarifas americanas se intensificar daqui em diante, com países dependentes de embarques para os EUA, como Tailândia e Coreia do Sul, particularmente vulneráveis”, acrescentou.

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PMI’s asiáticos

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da manufatura geral da China, compilado pela RatingDog em parceria com a S&P Global, subiu para 50,5 em agosto, ante 49,5 em julho, superando as previsões do mercado e ultrapassando a marca de 50 que separa crescimento de contração.

Esse resultado contrasta com a pesquisa oficial divulgada no domingo, que mostrou contração da atividade manufatureira chinesa pelo quinto mês consecutivo em agosto, em meio à fraca demanda interna e à incerteza sobre o desfecho do acordo comercial de Pequim com os EUA.

Tomadas em conjunto, as pesquisas sugerem que a segunda maior economia do mundo ainda enfrenta fortes pressões.
“Notavelmente, o setor manufatureiro está contribuindo para a recuperação, mas esse avanço é irregular”, afirmou Yao Yu, fundador da RatingDog.

“Com a demanda interna fraca, pedidos externos possivelmente estagnados e uma recuperação lenta nos lucros, a sustentabilidade dessa melhora depende de uma real estabilização das exportações e de uma aceleração da demanda doméstica”.

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O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global para o Japão ficou em 49,7 em agosto, acima dos 48,9 registrados em julho, mas ainda abaixo da marca de 50 por dois meses consecutivos.

Os novos pedidos do exterior caíram no ritmo mais acelerado desde março de 2024, já que as empresas enfrentaram demanda fraca em mercados-chave como China, Europa e Estados Unidos, segundo a pesquisa do PMI japonês.

A atividade fabril da Coreia do Sul também encolheu, com o PMI da S&P Global marcando 48,3 em agosto, ante 48,0 em julho, registrando contração pelo sétimo mês consecutivo.

Ambos os países fecharam acordos comerciais com os EUA que aliviaram, mas não eliminaram, a pressão sobre suas economias dependentes de exportações.

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Tóquio e Washington concordaram em julho em reduzir as tarifas dos EUA sobre produtos japoneses, de 27,5% para 15% no caso dos automóveis, setor-chave do Japão, embora ainda haja incertezas sobre a implementação dos termos do acordo.

A Coreia do Sul também assinou um acordo em julho que reduziu tarifas de 25% para 15%, com vigência a partir de agosto.

A atividade industrial em Taiwan enfraqueceu em agosto, enquanto nas Filipinas e na Indonésia houve expansão, segundo as pesquisas.
“Olhando à frente, acreditamos que as tarifas levarão a um enfraquecimento do crescimento global, o que será um obstáculo para as economias asiáticas orientadas à exportação”, disse Shivaan Tandon, economista de mercados da Capital Economics.

Rússia também encolhe

A atividade no setor manufatureiro da Rússia caiu pelo terceiro mês seguido em agosto, segundo pesquisa empresarial divulgada nesta segunda-feira, impulsionada por quedas na produção e nos novos pedidos tanto para o mercado interno quanto para exportações.

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O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global para o setor manufatureiro russo subiu para 48,7 no mês passado, ante 47,0 em julho, mas continuou abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Segundo a pesquisa, os fabricantes citaram demanda fraca e dificuldades financeiras entre os clientes como os principais fatores por trás da contínua contração na produção e nos novos pedidos.

Os gastos significativos da Rússia com equipamentos militares e armamentos desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, sustentaram um setor industrial que, de outra forma, poderia ter sofrido mais, à medida que alguns países passaram a evitar negócios com Moscou.

No entanto, neste ano, o setor perdeu força, à medida que a economia russa desacelera. Os novos pedidos de exportação encolheram pela quinta vez nos últimos seis meses em agosto.

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“As empresas destacaram que a demanda fraca dos clientes nos mercados existentes reduziu o volume de novos pedidos de exportação”, informou a S&P Global.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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