Comprar ou vender?

Azul (AZUL4) ainda pode disparar 121%, diz banco gringo; ações saltam nesta quarta (20)

20 set 2023, 15:53 - atualizado em 20 set 2023, 15:53
Aeronave da Azul, no Aeroporto Internacional de Guarulhos
Azul é a nova top pick do setor aéreo para o Goldman Sachs (Imagem: REUTERS/Leonardo Benassatto)

As ações da Azul (AZUL4) disparam nesta quarta-feira (20), liderando as altas do Ibovespa. Além do ânimo que contagia a Bolsa brasileira, no aguardo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a companhia aérea aproveita a repercussão do relatório divulgado pelo Goldman Sachs.

O banco americano não só elevou a recomendação da Azul para compra, como também a colocou como top pick no setor aéreo.

A Azul disparava 12,49% por volta das 15h30.

O Goldman Sachs passou a enxergar uma assimetria positiva quanto à expansão de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), entrando em 2024. Além disso, o valuation parece atrativo, especialmente após a recente correção (AZUL4 recuou em torno de 35% nos últimos três meses).

Ainda, a instituição notou que as negociações mais recentes com credores e detentores de bonds diminuiu significativamente os riscos no balanço patrimonial.

“A situação atual da Azul traz uma oportunidade de compra, dado o racional atual do ambiente competitivo, o que deve permitir que o aumento de preços nos próximos trimestres mitigue custos mais elevados”, comentam os analistas Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins, responsáveis pela atualização.

Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, levanta que, embora o relatório do Goldman Sachs impacte as ações no curto prazo, o direcionador principal continua sendo a decisão de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Há pouco, o Federal Reserve anunciou a decisão de manter os juros americanos na faixa atual de 5,25-5,50%, mas deixou aberta a possibilidade de novas elevações nas próximas reuniões. O comunicado trouxe ainda novas projeções materiais, atribuindo um tom mais hawkish (agressivo), na opinião da Ativa Investimentos.

Ação pode saltar

Mesmo com a forte correção dos últimos meses, as ações da Azul acumulam uma valorização de 22,8% em 2023. O Goldman Sachs avalia que o potencial do ativo ainda é grande, podendo subir 121% ao considerar o preço-alvo de R$ 29,90.

Os analistas veem a ação atualmente negociada a cerca de 4 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, o que oferece um desconto de aproximadamente 50% para a média histórica. Em relação à média global, de ~5 vezes, o múltiplo também está abaixo.

O Goldman Sachs reforça que, dada a posição dominante no mercado brasileiro (o que deve permitir o repasse de custos mais elevados) e alavancagem financeira maior dentro de um contexto de melhor liquidez (com o risco no balanço patrimonial aparentemente sob controle agora), a Azul é a preferência entre as aéreas.

E a Gol?

Em relação à rival Gol (GOLL4), a recomendação da casa é “neutro”, com um novo preço-alvo de R$ 7,60 (contra R$ 11,50 anteriormente).

O Goldman Sachs ajustou o múltiplo-alvo de EV/Ebitda dos próximos 12 meses para 4 vezes, de 4,3 vezes antes, refletindo um cenário macro mais desafiador.

As estimativas para custos unitários também subiram em 1% para 2023-24 após considerar preços de combustível de aviação maiores.

A Gol avança 8,13% na Bolsa hoje, cotada a R$ 6,92.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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