Azul (AZUL4) quer devolver mais aeronaves em meio ao processo de recuperação judicial nos EUA; ações sobem 2%

A Azul (AZUL4) avança com seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). Segundo informações do Valor Econômico, a aérea tem intenção de devolver mais seis aeronaves e um motor aos arrendadores. Até o momento houve pedido de devolução de 17 aeronaves e oito motores.
Segundo o jornal, na última sexta-feira (13), a Azul solicitou a devolução de três aeronaves Embraer 190, além de três aeronaves ATR 72-600. O movimento se soma ao pedido feito em 29 de maio, quando a companhia aérea solicitou a devolução de nove unidades Embraer 190, além de duas aeronaves cargueiras Boeing 737.
A Azul aponta que as aeronaves estão em condições onerosas de operação no momento.
Na avaliação de André Ferreira, do Bradesco BBI, e Larissa Monte, da Ágora Investimentos, a redução da frota no curto prazo deve vir na maioria das cerca de 30 aeronaves que estão paradas. Além disso, ponderam que a Azul deve continuar substituindo os modelos Embraer E1s por E2s, que são mais modernos.
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Os analistas mantêm recomendação de venda para AZUL4, com preço-alvo de R$ 0,50.
Durante coletiva com jornalistas, Fabio Campos, vice-presidente institucional e corporativo da Azul, comunicou que a ideia é justamente devolver alguns aviões de antiga geração (E1) e afirmou que a aérea continuará recebendo a E2 ainda neste ano, visando otimizar a frota.
“A ideia com esse plano de reestruturação da companhia é otimizar a nossa frota ao máximo e voar ao máximo aeronaves de nova geração, que são essas aeronaves mais modernas, que têm um consumo de combustível e uma emissão de carbono muito menor e também oferecem muito mais conforto e tecnologia”, disse o executivo em coletiva no fim de maio.
Nesta segunda (16), as ações da companhia operaram em alta. AZUL4 encerrou o dia com avanço de 2,02%, a R$ 1,01. Acompanhe o tempo real.
Chapter 11 da Azul
No fim de maio, a Azul anunciou a entrada no Chapter 11, com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros. A aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).
O DIP é uma modalidade de crédito específica para empresas em processo de recuperação judicial, que visa fornecer os recursos financeiros necessários para que a empresa opere e atinja seu objetivo. No caso da Azul, a busca é pela redução da dívida e melhorar a estrutura financeira.
A Azul aponta que esse compromisso de financiamento pagará parte da dívida existente e irá fornecer aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo para reforçar a liquidez durante e após o processo.
A companhia passou pela sua “Audiência Inicial” e recebeu todas as aprovações judiciais para suas petições de “Primeiro Dia” relacionadas ao pedido de Chapter 11.
Entre outras medidas, o Tribunal concedeu aprovação para que a Azul tenha acesso imediato a US$ 250 milhões de seu financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão.
A expectativa é que a Azul deixe o processo até o início de 2026.