Azzas 2154 (AZZA3): Ação dispara 20% após 1T25; o que tanto agradou o mercado?

A melhora na rentabilidade da Azzas 2154 (AZZA3) foi o grande destaque do balanço do primeiro trimestre de 2025, na avaliação de analistas. Em reação aos resultados, as ações da companhia chegaram a disparar mais de 29% no pregão desta quinta-feira (8), liderando as altas do Ibovespa (IBOV).
A companhia teve lucro líquido recorrente de R$ 117,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 15,6% na comparação anual. O desempenho veio acima do esperado pelo mercado.
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Analistas esperavam um lucro líquido de R$ 79 milhões para a varejista de moda no período, de acordo com média das estimativas compiladas pela Lseg.
A empresa, resultado da fusão entre Grupo Soma e Arezzo, apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 427,7 milhões no período, alta de 23,3% ano a ano em termos também recorrentes, com a margem passando de 14,7% para 15,9%.
O desempenho operacional também veio acima da expectativa média de analistas, de R$ 373 milhões, segundo a Lseg.
Por volta de 13h38 (horário de Brasília), as ações disparavam 20,44%, a R$ 37,94. Acompanhe o tempo real.
O que agradou analistas no balanço da Azzas 2154?
Analistas do Itaú BBA colocam que todos os olhos estavam voltados para as margens, e elas foram entregues.
Na avaliação da equipe de analistas liderada por Rodrigo Gastim, a Azzas vinha enfrentando como principal desafio ancorar os lucros de custo prazo, mas o resultado deste trimestre ajuda nisso.
A combinação de uma receita líquida sólida e fortes tendências de rentabilidade pode ser vista pelos investidores como um ponto de inflexão, dizem os analistas, com potencial para melhorar o sentimento em relação à ação.
“A combinação de margens melhores e provável mensagem de que a lucratividade deve continuar a subir após todos os ajustes corporativos relevantes realizados em abril devem criar um momentum positivo” avaliam.
O BBA vê ainda ação com um desconto significativo em relação a outros nomes do setor, como Lojas Renner, C&A e Natura.
Na avaliação dos analistas, esses fatores devem ser suficientes para sustentar o desempenho das ações no curto prazo, apesar de problemas de governança que ainda precisam ser endereçados, o que deve ocorrer em breve, na avaliação da casa.
Com isso, o BBA mantém sua classificação “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para as ações, com preço-alvo de R$ 47.
A XP Investimentos destaca que a companhia entregou crescimento sólido da receita e melhoria das margens, uma vez que os ajustes operacionais relacionados à fusão que gerou a Azzas 2154 não são mais um obstáculo.
O BTG Pactual acrescenta que processos de fusões e aquisições no varejo nunca são fáceis, principalmente entre grandes nomes do setor. “As diferentes culturas, sistemas e marcas a serem integradas podem sempre significar que a captura de sinergias pode levar mais tempo”, diz a equipe de analistas liderada por Gabriel Disselli.
No entanto, o banco vê positivamente os fortes números da receita líquida da Azzas, bem como seus esforços para otimizar as despesas operacionais em meio ao processo de integração entre a Arezzo e o Grupo Soma.
“Desde o início do processo de integração, o desempenho das ações tem sido ditado principalmente pelo fluxo de notícias sobre a fusão Arezzo-Grupo Soma e esperamos que continue assim (com sinais encorajadores após o primeiro trimestre)”.
O BTG vê um ponto de entrada atraente para os investidores e recomenda compra para AZZA3, com preço-alvo de R$ 49,
*Com informações da Reuters