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Banco Central da Turquia mantém juros em 19% após alta da inflação

06 maio 2021, 9:12 - atualizado em 06 maio 2021, 9:12
BC Turquia
Investidores estrangeiros deixaram ativos turcos e a lira desde meados de março, quando o presidente Tayyip Erdogan demitiu o ex-presidente do banco central, Naci Agbal (Imagem: Reuters/Umit Bektas)

O banco central da Turquia deixou sua taxa de juros em 19% como esperado nesta quinta-feira e repetiu a promessa de mantê-la acima da inflação, com o banco esperando que a alta dos preços desacelere depois de ter ultrapassado 17% com a depreciação da lira.

A lira perdeu 13% desde que Sahap Kavcioglu foi nomeado presidente do banco central em uma mudança repentina em março.

Mas avançou 0,3% depois que o comitê de política monetária disse que vai manter a postura atual até que a queda prevista na inflação seja alcançada.

O banco central também disse que os aumentos anteriores dos juros, incluindo em março, começaram a esfriar a demanda na economia. Também retirou uma referência feita no comunicado de abril para “manter a postura de política monetária apertada”.

Em pesquisa da Reuters, todos os 18 economistas projetavam que o banco iria manter sua taxa de juros de uma semana, antes de reduzi-la provavelmente no terceiro trimestre.

Investidores estrangeiros deixaram ativos turcos e a lira desde meados de março, quando o presidente Tayyip Erdogan demitiu o ex-presidente do banco central, Naci Agbal.

Na semana passada, o banco central elevou sua expectativa para a inflação no final do ano de 9,4% para 12,2%, ainda abaixo das expectativas do mercado.

A autoridade monetária espera queda da inflação a partir de abril, quando ela chegou a 17,4%, nível mais alto em quase dois anos.

“O impacto desacelerador do aperto monetário no crédito e na demanda doméstica começa a ser observado”, disse o comitê de política monetária do BC.

“Levando em conta os altos níveis de inflação e expectativas para a inflação, a atual postura de política monetária será mantida até que uma queda significativa na trajetória prevista no Relatório de Inflação de Abril seja alcançado”, completou.

reuters@moneytimes.com.br