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Banco da Amazônia (BAZA3) cresce com aposta em sustentabilidade e agro e vê COP30 como ‘vitrine’ para captar mais

29 set 2025, 13:05 - atualizado em 29 set 2025, 14:38
Banco da Amazônia
Luiz Lessa, presidente do Banco da Amazônia

O Banco da Amazônia (BAZA3) quer transformar a COP30 em vitrine para seus negócios e não descarta captar recursos com agências multilaterais durante o evento. E esse capital viria em boa hora: a instituição vem ampliando sua carteira de crédito e tem um pipeline relevante de novos produtos.

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O banco tem buscado diversificar suas fontes de funding além dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), por meio de parcerias com organismos internacionais. Movimentações desse tipo são necessárias porque, geralmente, os recursos do FNO, por exemplo. se esgotam pouco depois do meio do ano.

Nos últimos meses, o Banco da Amazônia captou US$ 100 milhões junto à Agência Francesa de Desenvolvimento e agora está em fase final de negociação para levantar mais US$ 100 milhões com o Banco Mundial.

“A COP trouxe uma luz sobre a Amazônia. Investidores e fundos internacionais estão percebendo o potencial de negócios na região, desde o cacau e o café até a pecuária e os grãos. O desafio será transformar intenções em projetos economicamente, socialmente e ambientalmente viáveis”, afirmou o presidente do banco, Luiz Lessa, ao Money Times.

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“Queremos continuar sendo o principal agente financeiro e, se possível, ampliar nosso market share. Para isso, estamos buscando novas fontes de recursos de longo prazo e estruturando fundos para infraestrutura e sustentabilidade”, acrescentou.

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Banco da Amazônia e o Programa de Transformação

Na frente de crédito, o destaque recente vai para a carteira comercial, que cresceu 93,3%, impulsionada pelo chamado “Programa de Transformação”.

Em 2025, o Banco da Amazônia atravessa a maior transformação de sua história, com a meta de gerar R$ 200 milhões em novas receitas e alcançar 350 mil clientes adicionais. Até o fim do primeiro semestre, a receita cresceu 19% em relação ao ano anterior, para R$ 4,5 bilhões, e o número de clientes avançou 9%, chegando a 1,2 milhão.

Hoje, a instituição responde por 60% de todo o financiamento de fomento da região. No primeiro semestre, sua carteira de crédito atingiu R$ 62,8 bilhões, alta de 20,3% em 12 meses, com desembolsos próximos a R$ 13 bilhões.

“Desse total, R$ 8,3 bilhões, um crescimento de 37,4%, foram destinados a financiamentos em municípios de baixo IDH, seja em infraestrutura, agricultura familiar, serviços ou indústria. Outros R$ 5,6 bilhões foram em linhas verdes, um crescimento de 23%, em que o financiado apresenta um projeto com alto grau de sustentabilidade e, com isso, tem acesso a juros reduzidos”, explicou Lessa.

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O avanço da carteira, embora acompanhado pela agenda de sustentabilidade, também se apoia em fatores econômicos. A região Norte vem crescendo acima da média brasileira e, em 2025, com exceção do Amazonas, todos os estados devem registrar expansão superior ao PIB nacional, com destaque, por exemplo, para o avanço do agro na região.

“Quando a gente olha para a produção de grãos do Matopiba, boa parte está na região Norte. Hoje, mais de 50% do milho produzido no Brasil já sai pelos portos da região Norte, por Itaqui e pelos portos do Amazonas. A soja é perto de 40%”, disse o presidente.

“Essa produção tem feito não só a demanda por melhorias de infraestrutura, mas também trazido a agroindústria. Temos novas plantas de esmagamento de soja, plantas de etanol de milho que alimentam a indústria de proteína e, ao reboque disso, mais demanda por grãos, serviços, portos, silagem e transporte”, completou.

Combinar crescimento com sustentabilidade

Além do agronegócio, estão no radar também, para a região, a exploração da Foz do Amazonas e a expansão do Sistema Norte da Vale (VALE3), ambos vistos como catalisadores de investimentos.

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A exploração da Foz, no entanto, é um tema mais sensível para o banco, que tenta se manter ligado a temas mais suntentáveis. No entanto, é fato que ele trará oportunidades.

“Nossos modelos serão bem rígidos para apoiar apenas projetos com alto grau socioambiental”, destacou Lessa. “Mas para dar suporte a tudo isso, por exemplo, a região precisa de energia elétrica. A transformação energética na região é fundamental.”

O banco foi cofinanciador do penúltimo trecho de ligação do sistema elétrico da região Norte ao Sistema Interligado Nacional, de Parintins a Manaus. Agora financia a última linha, de Manaus a Boa Vista, prestes a ser inaugurada.

“E quando investimos em infraestrutura energética, isso também beneficia os pequenos. Um produtor de açaí, por exemplo, precisa de energia para bater ou armazenar a produção. Esse tipo de investimento gera benefício coletivo em toda a cadeia”, disse Lessa.

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As novidades também passam pelo portfólio de produtos: consórcio lançado no semestre, entrada no segmento de adquirência e lançamento de cartão de crédito no mês seguinte. E a previsão é que o banco digital seja lançado em 2026.

“Há uma série de iniciativas que mostram que estamos começando a colher resultados do programa de transformação”, afirmou o presidente. “Mas não queremos ser apenas mais um banco digital no varejo, disputando espaço com Itaú ou Bradesco. Queremos oferecer produtos que façam sentido e que estejam ligados às nossas raízes. Está no radar, por exemplo, um cartão de crédito com cashback em ações de sustentabilidade — convertendo gastos em árvores ou preservação ambiental”, disse.

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Jornalista formado pela Unesp, tem passagens pelo InfoMoney, CNN Brasil e Veja.
vitor.azevedo@moneytimes.com.br
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