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Banco do Brasil (BBAS3): BTG Pactual vê baixa visibilidade e diz que deterioração chega “de elevador”

15 ago 2025, 13:53 - atualizado em 15 ago 2025, 17:46
Banco do Brasil dividendos
(Imagem: iStock/Alison Calazans)

Sem surpresas com o balanço do  Banco do Brasil (BBAS3) no segundo trimestre (2T25), os analistas do BTG Pactual avaliaram que a “visibilidade” para os próximos resultados permanece baixa, apesar de o novo guidance apontar, no ponto médio, para uma melhora importante nos lucros do segundo semestre em relação ao primeiro trimestre. 

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“A impressão é que a base inicial de lucro para o terceiro trimestre é menor do que a do segundo trimestre”, avaliaram os analistas em relatório. 

“Os índices de inadimplência (NPLs) seguem piorando, não apenas no agronegócio, mas também na carteira corporativa. Além disso, o patrimônio líquido não está crescendo”, acrescentaram. 

Ontem (14) depois do fechamento do mercado, BB reportou uma queda de 60% do lucro líquido no 2T25 em relação ao mesmo período do ano anterior

Entre os destaques, a instituição financeira estatal também retomou a projeção de lucro para a faixa de R$ 21 bilhões para R$ 25 bilhões — sendo R$ 23 bilhões o ponto médio — para 2025. 

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“Apesar da atualização recente, acreditamos que nossas estimativas já parecem otimistas demais”, fala o BTG.

Ponto de atenção

A equipe do BTG Pactual chamou a atenção para os custos “não recorrentes”. 

Segundo os analistas, o BB classificou, mais uma vez, como “não recorrentes” cerca de R$ 750 milhões em despesas (após impostos e ajustes de participação nos lucros) relacionadas a planos econômicos — “algo que tem feito ao longo de toda a sua série histórica iniciada em 2014”. 

“O problema, no entanto, é que, dado o forte declínio no lucro, isso agora representa cerca de 20% do lucro ajustado”, afirmaram.

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Os analistas, porém, citam que o crescimento da carteira de crédito na base anual é a “boa notícia” do balanço. 

“Como esperado, a carteira de crédito subiu 1% na base trimestral e 6% ano contra ano, impulsionada principalmente pelas carteiras corporativa (+5% no trimestre) e de consignado/não consignado para pessoa física (+3% trimestre). De fato, o banco liberou R$ 4,5 bilhões em consignado privado. No primeiro semestre, houve vários fatores em movimento na linha de receita.”

Sem motivo para otimismo com Banco do Brasil

Agora, os analistas não veem motivo para otimismo com as ações BBAS3.

“Assumindo o piso do guidance em R$ 21 bilhões — o que já implica melhora a partir do segundo trimestre —, estamos falando de um múltiplo de preço sobre lucro (P/L 2025) de 5,4x, com dividend yield de 5,5%. Negociando a 0,63x o último valor patrimonial, ainda não vemos motivo para otimismo”, afirmaram os analistas. 

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Para eles, a deterioração dos resultados está vindo “de elevador”, enquanto a recuperação tende a “subir de escada”.

O BTG Pactual tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 24 — o que representa um potencial de valorização de 20,9% sobre o preço de fechamento de ontem (14). 

Nesta sexta-feira (15), BBAS3 operou instável no Ibovespa (IBOV) nas primeiras horas do pregão. Na abertura, as ações caíram mais de 4%. Ainda pela manhã, porém, inverteram o sinal e passaram a subir mais de 2% após leilões por oscilação máxima permitida.

Os papéis renovaram a máxima intradia com avanço de 4,79% (a R$ 20,80) na reta final do pregão e terminaram o dia com alta de 4,03%, a R$ 20,65. Acompanhe o Tempo Real. 



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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.