Banco do Brasil (BBAS3): Certamente um trimestre fraco, mas de certa forma esperado, diz Itaú BBA

O resultado do Banco do Brasil (BBAS3) foi negativo, mas não uma surpresa para os analistas do Itaú BBA. O BB registrou uma queda de 60% no lucro líquido no segundo trimestre (2T25) na base anual, para R$ 3,8 bilhões.
“Certamente um trimestre fraco, mas de certa forma esperado”, escreveram Pedro Leduc, Mateus Raffaeli e William Barranjard em relatório divulgado ontem (14) logo após a divulgação do balanço trimestral do BB.
A equipe também classificou o crescimento de 11% da carteira de crédito na base anual como “bom”. Na comparação trimestre a trimestre, houve um aumento de 1,3%.
“O crescimento foi impulsionado por um aumento de 2% na comparação trimestral nos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. A carteira de crédito agropecuário ficou estável sequencialmente, mas subiu 8% na comparação anual”, avaliaram.
Os analistas destacaram a recuperação da margem financeira (NII) na comparação trimestral. Em relação ao primeiro trimestre (1T25), o NII total subiu 5%, embora tenha registrado queda de 2% na comparação anual, para R$ 25,1 bilhões.
“Projeção para o ano fiscal de 2025 reduzida, mas crescimento esperado à frente.”
“No geral, o quadro da NII pareceu melhor sequencialmente. A projeção de R$ 102 bilhões a R$ 105 bilhões é aproximadamente 11% menor do que a anterior, de R$ 114 bilhões a 120 bilhões, mas implica um crescimento sequencial a partir dos R$ 48,9 bilhões acumulados no segundo semestre”, explicaram Leduc, Raffaeli e Barranjard.
A equipe do Itaú BBA ainda avaliou que as pressões sobre a qualidade de crédito persistem, de acordo com os números reportados pelo BB.
- LEIA OS DETALHES DO BALANÇO EM: Banco do Brasil (BBAS3): Lucro cai 60% para R$ 3,8 bi no 2T25, abaixo do esperado; ROE encolhe para 8%, pior marca em décadas
Mais do que o resultado
Para os analistas do Itaú BBA, o mercado estava mais à espera das revisões das projeções para o ano fiscal de 2025 do que para o próprio resultado. Eles também veem a retomada dos guidances como positivo.
“O novo guidance pode aliviar a pressão sobre as ações”, afirmaram. “A nova faixa de lucro líquido de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões ficou dentro das expectativas do mercado — esperávamos em R$ 24,7 bilhões.”
Após o BB registrar um lucro acumulado de R$ 11,2 bilhões no primeiro semestre, os analistas do Itaú BBA calculam que o ponto médio de R$ 23 bilhões implica lucros no segundo semestre de R$ 5 a R$ 6 bilhões por trimestre — o que seria um ritmo acima do segundo trimestre e talvez “menos ruim” do que os mercados temiam.
A equipe do Itaú BBA manteve a recomendação neutra para BBAS3 com preço-alvo de R$ 25 no final deste ano — o que representa um potencial de valorização de 25,9% sobre o preço de fechamento de ontem (14), antes da divulgação do balanço.
“Permanecemos cautelosos, buscando mais visibilidade sobre as tendências de qualidade de crédito que ainda pioram, mas não esperamos uma grande reação negativa”, afirmaram em relatório. Para os analistas, a ação segue negociada com um preço “justo”.
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Nesta sexta-feira (14), BBAS3 opera instável no Ibovespa (IBOV). Na abertura, as ações caíram mais de 4%. Ainda pela manhã, porém, inverteram o sinal e passaram a subir após leilões por oscilação máxima permitida. Acompanhe o Tempo Real.