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Banco do Brasil: ações estão com desconto de 43% sobre outros bancos

15 abr 2021, 16:40 - atualizado em 15 abr 2021, 17:02
Banco do Brasil
De acordo com os cálculos dos analistas, o preço sobre o lucro da companhia está em 4,8 vezes, representando um desconto de 21% em relação a sua média histórica de 5 anos (Imagem: Fernando Bizerra/Agência Senado)

O Banco do Brasil (BBAS3), mesmo com a turbulência política envolvendo a troca de CEOs, parece estar no caminho certo para entregar resultados fortes nos próximos trimestres, aponta relatório do Safra enviado a clientes.

Os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória conversaram com a equipe de relações com investidores do BB, liderado por Daniel Maria. Na reunião, os executivos reiteraram o compromisso do banco com as metas de eficiência e esforços para melhorar a rentabilidade.

“Apesar dos ventos contrários dos bloqueios em algumas regiões, o banco parece no caminho certo para entregar bons resultados para 2021 (de acordo com sua projeção), principalmente em função da redução na provisão para créditos de liquidação duvidosas e o crescimento das provisões e do volume de crédito”, apontam.

De acordo com os cálculos dos analistas, o preço sobre o lucro da companhia está em 4,8 vezes, representando um desconto de 21% em relação a sua média histórica de 5 anos, além de estar 43% abaixo de seus principais concorrentes.

Porém, eles acreditam que os ruídos político podem continuar trazendo volatilidade às ações.

O Safra manteve a recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 50, o que implica potencial de valorização de quase 70%.

Carteira de crédito em bom ritmo

De acordo com os analistas, o agronegócio e a folha de pagamento devem seguir impulsionando a carteira de crédito do BB.

Por outro lado, o crédito corporativo, que envolve empresas, deverá apresentar um movimento oposto, ficando quase estável em relação ao ano anterior.

Fausto de Andrade Ribeiro
O Safra afirma que Ribeiro tem profundo conhecimento do banco, tendo atuado em áreas como produtos, canal de terceiros, contabilidade e consórcio (Imagem: Linkedin/ Fausto de Andrade Ribeiro)

Além disso, o aumento recente das taxas de juros também pode impactar negativamente os resultado líquido de juros (NII, na sigla em inglês) devido ao descasamento de ativos e passivos, uma vez que existe uma posição líquida de R$ 420 bilhões em ativos.

“Mesmo assim, a duração das linhas de crédito do BB não é tão longa (60% com vencimento em até 12 meses), o que deve facilitar os esforços de reajuste do spread”, argumentaram.

Mensagem interna de novo CEO anima

O novo CEO Fausto Ribeiro chega ao cargo com uma certa desconfiança do mercado devido a sua falta de experiência.

Porém, o Safra afirma que Ribeiro tem profundo conhecimento do banco, tendo atuado em áreas como produtos, canal de terceiros, contabilidade e consórcio. Além disso, possui passagens por bancos no exterior.

“Em mensagem interna aos colaboradores do BB, Fausto reforçou seu compromisso com questões importantes como eficiência, lucratividade e reposicionamento do banco (para um perfil mais digital)”, afirmam.

Desinvestimentos continuam no radar

Segundo os analistas, o BB está buscando um parceiro estratégico para enriquecer o portfólio de produtos da BB DTVM, a maior administradora de recursos do Brasil com cerca de R$ 1 trilhão em ativos sob gestão.

Outro ponto de desinvestimento diz respeito a um possível IPO (Oferta Pública de Ações) da rede de cartões Elo.

Tanto o Bradesco (BBDC4), que possui participação na empresa, quanto a estatal já soltaram comunicados confirmando estudos para a oferta pública.

“Em suma, o Banco do Brasil parece no caminho certo para apresentar uma boa recuperação de lucros para 2021, levando sua avaliação a um nível muito atraente”, completa a dupla.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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