Banco do Brasil supera R$ 7 bilhões em negócios em duas feiras agrícolas, e diretor fala em 2025 positivo no setor

O Banco do Brasil (BBAS3) superou a meta que tinha estipulado em duas das principais feiras agrícolas do país. Somando os negócios firmados na Tecnoshow Comigo, que aconteceu em Rio Verde (GO) no início de abril, e na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), que se encerra nessa sexta-feira (2), o banco chegou perto dos R$ 7 bilhões.
No caso da Tecnoshow, o BB fechou com um volume total de R$ 2,65 bilhões, ante uma expectativa de R$ 2 bilhões antes da feira. Esse valor representou mais de 20% do total de negócios fechado na feira, que superou os R$ 10 bilhões em 2025.
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No caso da Agrishow, a participação do BB no total foi até superior. O banco chegou a R$ 4,4 bilhões em operações iniciadas na feira até o meio da tarde desta sexta, ante uma expectativa inicial de R$ 3 bilhões. No total, a feira movimentou R$ 14,6 bilhões em pré-vendas de máquinas.
Em entrevista exclusiva ao Money Times durante a Tecnoshow, o diretor de Agronegócios do BB, Alberto Martinhago, disse que o produtor rural tem mostrado mais disposição para fazer investimentos em máquinas e equipamentos, o que impulsiona a demanda por crédito.
“Depois de um 2024 difícil, temos visto uma retomada e com certeza teremos um 2025 melhor. A soja ainda não teve uma alta expressiva nos preços, mas tudo indica uma safra recorde. O milho tem apresentado preços mais favoráveis. Assim, os produtores estão melhorando suas margens”, afirma Martinhago.
O executivo afirma que na safra 24/25, foram detectados problemas pontuais. “Houve problemas de estiagem em partes do Rio Grande do Sul, e no sul do Mato Grosso do Sul. Nas outras regiões, temos visto safras recorde”.
No quarto trimestre de 2024, último balanço disponível do BB, o crédito para o agronegócio ultrapassou os R$ 397 bilhões de saldo, crescimento de quase 12% em relação ao final de 2023.
Na linha de investimentos, o BB teve um acréscimo de R$ 10 bilhões na carteira de crédito em 2024, chegando a R$ 84,3 bilhões, avanço de quase 13%.
Rio Grande do Sul
No momento em que as tragédias no Rio Grande do Sul causadas por excesso de chuvas fez um ano, o diretor de Agronegócios do BB fez um balanço da atuação para ajudar os produtores gaúchos.
“Todos que sentaram para conversar conosco foram ajudados. Em 2024, os produtores gaúchos praticamente não pagaram nada para o BB. Nós prorrogamos as parcelas, jogamos para o final do prazo”, conta Martinhago.
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Essa estratégia minimizou os efeitos sobre a inadimplência do crédito agrícola no BB. Mesmo assim, os atrasos superiores a 90 dias fecharam 2024 em 2,45%, um aumento de 2,5 vezes em um ano. Historicamente, a inadimplência no agro ficava abaixo de 1% da carteira, antes de 2024.
Claro que esse cenário não é provocado somente pelos eventos no Rio Grande do Sul. O próprio banco justifica o aumento nos atrasos com a conjuntura desfavorável de todo o agronegócio durante o ano passado.