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BB (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3) ou IRB (IRBR3)? Um deles perde mais com o El Niño, avalia Santander

29 maio 2023, 13:12 - atualizado em 29 maio 2023, 15:37
IRB
Pelas projeções do Santander, o IRB deve sentir um impacto negativo maior por conta de sua forte exposição ao setor de agronegócio (Imagem: Divulgação/ IRB)

O IRB (IRBR3) é uma das empresas que deve sofrer mais com o impacto do El Niño, avalia o Santander. De acordo com um relatório especial divulgado na última semana, o banco destaca que o setores que mais podem se beneficiar com o fenômeno climático são açúcar e etanol, alimentos, utilities e bens de capital, enquanto as categorias negativamente impactadas incluem locadoras de ativos pesados, instituições financeiras e construtoras.

Dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos – NOAA, na sigla em inglês – avaliam como provável a ocorrência do El Niño, com previsão em agosto, principalmente. Outro estudo, realizado pela Organização Meteorológica Mundial em maio, projeta probabilidade de ocorrência do El Niño de 80% entre julho e setembro.

O fenômeno do El Niño consiste no aquecimento não usual da superfície da água no Oceano Pacífico, o que provoca alterações na circulação atmosférica e causa condições climáticas severas, com alto volume de chuvas e enchentes em algumas regiões e seca em outras.

Pelas projeções do Santander, o IRB deve sentir um impacto negativo maior por conta de sua forte exposição ao setor de agronegócio.

“O setor financeiro pode ser afetado pelo El Niño, no caso de companhias amplamente expostas pelo setor de agronegócio, como Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3) e IRB (IRBR3)”, afirmam os analistas Lucas Barbosa, Aline de Souza Cardoso e Andre Sampaio.

O Santander ressalta, no entanto, que o impacto do fenômeno sobre as empresas é mitigado por estratégias individuais adotadas por cada uma delas.

Impacto mitigado

Banco do Brasil
No caso do Banco do Brasil, boa parte do portfólio do agronegócio é segurado (Imagem: Marcos Issa/Bloomberg News)

Como o Banco do Brasil é líder no segmento do agronegócio, com participação de 52,1% neste mercado, pode-se imaginar que os impactos do El Niño nos resultados da companhia devem ser materiais. No entanto, como o fenômeno afeta negativamente as regiões Norte e Nordeste do Brasil e tem efeito positivo nas demais áreas – e a estatal está presente por todo o Brasil -, qualquer consequência deve ser compensada entre as regiões, avalia o Santander.

No caso do Banco do Brasil, boa parte do portfólio do agronegócio é segurado, enquanto BB Seguridade tem 80% de política de resseguro dos prêmios do setor, destaca o banco.

“Notamos que os NPLs (empréstimos inadimplentes) [do BB] atingiram um pico no primeiro trimestre de 2020, afetados por um caso corporativo rural específico, mas estão estruturalmente baixos e têm caído gradualmente ao longo dos anos”, diz o time de análise.

Retorno à rentabilidade adiado?

Em relação ao IRB, que é levantado como a empresa do setor financeiro com o maior potencial de impacto negativo pelo El Niño, o Santander lembra que os resultados da companhia já foram severamente pressionados por eventos climáticos recentes na região sulista do Brasil. A resseguradora também já foi prejudicada pelo El Niño antes.

Olhando para o lado positivo, o IRB realizou diversos movimentos significativos de reprecificação no ano passado e também incorporou riscos de um evento como o El Niño, o que mitiga os riscos para a rentabilidade.

O Santander destaca que, em eventos passados, companhias de resseguros menores foram mais afetadas por eventos climáticos que o IRB.

Ainda assim, a instituição avalia que a ocorrência do El Niño pode atrasar o retorno do IRB à rentabilidade mais uma vez.

O Santander tem recomendação “neutro” para as ações do IRB e do BB Seguridade. Para o Banco do Brasil, a recomendação é de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”).

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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