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BB Seguridade (BBSE3): O que provocou mal-estar em analistas? Ação cai com força; o que fazer agora?

06 maio 2025, 12:55 - atualizado em 06 maio 2025, 17:39
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No geral, analistas estão mais pessimistas com BB Seguridade. De cinco casas consultadas, três possuem neutralidade e duas compra (Imagem: Divulgação)

Acostumado a entregar bons resultados, os investidores de BB Seguridade (BBSE3) se surpreenderam nesta terça-feira (6) ao se depararem com queda de mais 7%.

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BBSE3 encerrou o pregão com recuo de 7,44%, a R$ 38,82.



Na última segunda, a seguradora do Banco do Brasil (BBSA3) entregou lucro pouco abaixo do esperado, a R$ 2 bilhões. Consenso da Bloomberg esperava lucro de R$ 2,1 bilhões. Mas esse nem foi o principal motivo para o tombo de hoje.

Segundo analistas, o problema estaria nos prêmios emitidos, que ficaram abaixo do projetado pela própria BB Seguridade em seu guidance.

Os prêmios emitidos pela Brasilseg recuaram 5,9%, bem longe da expectativa de crescimento de 2% a 7% em 2025.

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  • E MAIS: Analista dá o veredito sobre as ações da Vale (VALE3) após o resultado fraco no 1T25; confira

De acordo com a empresa, a Brasilseg foi impactada por “desempenho abaixo do previsto nos produtos vinculados ao crédito, em especial os seguros agrícola e prestamista”.

Resultados fracos

Em relatório, o Goldman Sachs diz que notou tendências mais fracas, principalmente nos negócios de seguros e previdência.

Os prêmios emitidos diminuíram 7% em relação ao trimestre anterior (6% em relação ao ano anterior), enquanto a Brasilprev registrou outro trimestre de saídas líquidas.

“Acreditamos que o início fraco do ano provavelmente implica riscos para o cumprimento da orientação de prêmios de seguro de alta de  2-7% até o final do ano”, afirma.

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Por outro lado, o Goldman ainda está confiante que a empresa irá atingir seu guidance para os resultados operacionais, que prevê alta de 4% a 8% no ano.

Outro ponto, segundo analistas, é que a ação pode estar sofrendo com uma realização de lucros, já que o papel dispara 20% no ano.

Queda no trimestre preocupa

O Itaú BBA também classificou os números como ‘fracos’ do lado da previdência. Embora as reservas e as contribuições estivessem em linha, as receitas de administração continuaram a sofrer com a queda das taxas.

“O resultado financeiro também ficou ligeiramente abaixo das expectativas. O resultado da Brasilprev foi de R$ 356 milhões, contra nossa estimativa de R$ 437 milhões”.

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No geral, dizem, o lucro líquido total graças a um aumento de mais de 30% nos resultados financeiros e a uma elevação de 5% nos resultados operacionais.

No entanto, a queda sequencial de 8% em relação ao trimestre anterior e a tendência de negócios “nos levam a uma leitura negativa do trimestre”.

“Prêmios emitidos mais baixos hoje e a pressão sobre as taxas de administração tendem a ter efeitos negativos nas estimativas de mercado para o ano fiscal de 2025/26”.

Para o UBS-BB, a Brasilcap ficou 18% abaixo do esperado, enquanto a Brasilseg e a corretora ficaram acima.

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O que fazer com BB Seguridade?

No geral, analistas estão mais pessimistas com BB Seguridade. De cinco casas consultadas, três possuem neutralidade e duas compra.

Para o BTG, por exemplo, a ação subiu demais. Segundo os analistas, com o faturamento encerrando 2024 e iniciando 2025 em um ritmo mais lento do que o esperado, o espaço para revisões positivas nos lucros parece agora muito mais limitado.

Além disso, afirma, dado o balanço patrimonial mais apertado do Banco do Brasil, controlador do BB Seguridade, “também vemos muito menos espaço para recompras de ações da BBSE”.

“Embora o dividend yield de 10% continue sendo uma proteção e deva proteger as ações de grandes vendas, o potencial de valorização agora parece mais limitado, e preferimos a Caixa Seguridade (CSXE3) como nossa principal opção de seguro para o restante de 2025″.

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Já a Genial diz que apesar do resultado mais fraco no trimestre — marcado por retração nos prêmios de seguros e captação líquida negativa em previdência —, a visão é mais positiva para 2025.

A casa projeta lucro líquido de R$ 9,0 bilhões (alta de 11% no ano), sustentado principalmente pelo crescimento do resultado financeiro.

Isso porque a manutenção da Selic em patamar elevado pode dar uma bombada nos resultados, o que beneficia as carteiras majoritariamente pós-fixadas das verticais de seguros, capitalização e corretora.

“Também esperamos uma retomada gradual no crescimento dos prêmios emitidos, com aceleração de 2,2% em 2024 para 4,5% em 2025, puxada pelo seguro prestamista, que tende a se beneficiar da recuperação do crédito consignado, e pelo seguro agrícola, impulsionado pela necessidade de crédito para o plantio quanto pela maior conscientização sobre riscos climáticos”.

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Para os analistas, a BB Seguridade é um ativo defensivo, negociado a 9x o preço sobre o lucro para 2025 e 8,1x para 2026, com dividend yield estimado de 9,6% em 2025.

“A eventual renegociação dos contratos de distribuição com o Banco do Brasil pode atuar como um catalisador relevante, dado que muitos investidores ainda não perpetuam a empresa após 2033”.

Já a RB Investimentos afirma que com o fim do ciclo de alta da Selic, é provável que a empresa perca espaço em algumas análises.

Um ponto importante, segundo a casa, é o desempenho do agronegócio, que, embora represente cerca de 10% dos prêmios da Brasilseg, tem grande potencial de impulsionar os resultados, principalmente em anos com sinistralidade baixa, como se espera para 2025.

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“O primeiro trimestre já foi positivo nesse segmento, o que pode contribuir para uma recuperação nos próximos períodos. Ainda assim, as receitas vindas do agro caíram 40% no trimestre, levando a um desempenho mais fraco que o previsto e abaixo das projeções divulgadas pela própria companhia”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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