Finanças Pessoais

BBB: Quanto os participantes faturaram mesmo sem vencer prêmio de 1,5 milhão

18 jan 2022, 20:08 - atualizado em 19 jan 2022, 15:33
Gil do Vigor
Gil do Vigor é um dos ex-participantes que ficou mais rico após o BBB (Instagram / Reprodução)

Nem sempre o vencedor leva tudo (em uma alusão à tradução do ditado em inglês “the winner takes it all“). Ao menos não no Big Brother Brasil.

O prêmio de 1,5 milhão, apesar de parecer muito, pode não ser tudo que um participante do programa pode ganhar depois de aparecer no horário nobre da Rede Globo — e até mesmo quem não fica entre um dos finalistas pode faturar um bom dinheiro durante e após a participação.

Para começar, segundo o F5, cada integrante do elenco de uma edição recebe um salário mínimo por mês, além de ter plano de saúde. Ou seja, são R$ 1.212.

O valor ultrapassa os três meses de duração do programa, chegando a seis meses por contrato de exclusividade.

E não para por aí. Existem informações de que cada participante recebe um bônus de R$ 1 mil por semana — valor que pode aumentar quando a pessoa volta do “paredão”, ou seja, quando não é eliminada.

Um dos maiores exemplos de quem faturou bastante depois de sair do BBB, mesmo sem ser o vencedor, é o do economista Gil do Vigor, da edição de 2021 do programa.

Até o momento, conforme Gil afirmou à Forbes, ele já conseguiu juntar a quantia de R$ 15 milhões, originada principalmente de contratos publicitários e patrocínios.

Isso representa um aumento de 900% em relação ao prêmio original.

Outra que saiu ganhando foi a cantora Manu Gavassi, que ficou em terceiro lugar na edição de 2020 do programa, recebendo R$ 50 mil.

Depois que a edição acabou, apenas para pintar o cabelo de loiro, Gavassi teria recebido uma quantia generosa de R$ 500 mil.

No Instagram, a cada postagem que faz para marcas, os famosos “publiposts”, segundo informações do colunista Léo Dias, a cantora cobra R$ 60 mil.

Sem contar que ela teria recebido R$ 1 milhão da Netflix para estrear o programa “Maldivas”.

Somando tudo, Gavassi teria embolsado cerca de R$ 2,11 milhões, valor 40% mais alto do que o prêmio para o primeiro lugar da edição.

A apresentadora Sabrina Sato também começou sua jornada no Big Brother, em 2003. Ela não chegou à final, mas, depois de participar do programa, começou sua carreira no programa “Pânico”, à época da RedeTV!.

Depois de cerca de uma década, Sato deixou o dominical para estrear um programa sozinha. Em 2019, ele chegou ao fim. Segundo a Forbes, seu salário mensal estimado era de R$ 1 milhão.

A médica Marcela McGowan, que também participou do BBB 2020, também faturou bastante com o programa, segundo a Forbes.

Enquanto ainda estava confinada, seu curso sobre autoconhecimento e sexualidade feminina vendeu cerca de R$ 1,1 milhão. Quase o valor total do prêmio.

Depois que saiu do programa, McGowan fez propagandas com grandes marcas como L’Oréal, Old Parr e Natura e virou apresentadora do GNT.

Outra participante do BBB 2020 que saiu mais rica do que entrou foi a influencer Bianca Andrade, mais conhecida como Boca Rosa.

Com o programa, a influenciadora conseguiu fazer com que suas marcas de beleza e cosméticos, a Boca Rosa Beauty e a Boca Rosa Hair, faturassem cerca de R$ 120 milhões mesmo em um ano de pandemia.

Além deles, outros participantes de edições do Big Brother que faturaram quantias robustas após o programa acabar foram o ator Babu Santana, do BBB20, que fechou contrato com diversas marcas, como a Fiat e o PicPay, o modelo Jonas Sulzbach, do BBB12, que se tornou influenciador digital, a atriz Grazi Massafera, do BBB5, e a apresentadora e influencer Rafa Kalimann, que cobra R$ 50 mil por post em suas redes sociais.

E os vencedores?

Juliette Freire
Juliette Freire ficou ainda mais rica depois de faturar R$ 1,5 milhão no BBB (Instagram / Reprodução)

Engana-se quem pensa que nenhum dos 21 vencedores da história do Big Brother não ficou mais rico ao longo dos anos.

Kleber Bambam, vencedor da primeira edição do Big Brother, ganhou R$ 500 mil ao vencer o programa à época. Em entrevista ao UOL em 2018, Bambam afirmou que tinha o valor “somente em sua garagem”, além de investir em “patrimônios e imóveis”.

O segundo vencedor do BBB, Rodrigo Cowboy, não tem uma vida pública, mas, em 2007, foi preso por estelionato. A fiança, de R$ 30 mil, ficou a cargo de sua família. Não se sabe o que ele fez com o prêmio, mas, atualmente, ele é corretor de imóveis.

Dhomini Ferreira, que venceu a terceira edição do programa, investiu em imóveis, terrenos e arrendou um posto de gasolina após conseguir o prêmio de R$ 500 mil. Os negócios não deram certo.

“Nunca tinha visto um dinheiro desse. Errei algumas vezes, acertei outras. Tenho uma casa confortável hoje. Não vivo mais do prêmio, ele circulou. Descobri que homem não vive de prêmio, vive de renda. Tem que ter um rendimento mensal para ter vida próspera”, afirmou ele ao Altas Horas em 2019.

Agora, Ferreira vende cosméticos.

Já a quarta vencedora do Big Brother, e primeira mulher a ganhar os R$ 500 mil, Gecilda da Silva dos Santos gastou todo o dinheiro do prêmio.

Cida, como era conhecida no programa, perdeu tudo ao ser fiadora de um imóvel pelo qual teve que assumir as dívidas, emprestou dinheiro que não devolveram e teve de pagar 10% em gastos processuais quando seu ex-marido entrou na Justiça pedindo parte da quantia que ela ganhou no BBB. Em 2021, anos depois de vencer o programa, da Silva vende bolos.

Jean Wyllys
Jean Wyllys foi o primeiro a vencer prêmio de R$ 1 milhão (Wikimedia Commons)

O ex-deputado federal Jean Wyllys foi o primeiro a vencer o prêmio de R$ 1 milhão no Big Brother de 2005. Em 2014, sua fortuna era estimada em R$ 1,19 milhão.

Mara Viana, que venceu o BBB6, investiu seus R$ 1 milhão em pousada e imóveis em Porto Seguro, na Bahia.

Já Diego “Alemão”, vencedor do Big Brother 7, afirmou que ganhou muito mais dinheiro quando saiu do programa — dando início à tendência observada nas últimas edições.

“O prêmio do ‘BBB’ em si não foi muito perto do que ganhei quando saí. Trabalhei, peguei um boom bem forte. Investi em imóveis, construo, compro coisas em leilão, administro a empresa da família, uma assistência técnica em São Bernardo. Trabalho bastante”, disse ele no Altas Horas, também em 2019.

Rafael Ribeiro, que venceu o BBB8, passou a viver de renda com o aluguel de imóveis em sua cidade natal, Campinas, em São Paulo. Em entrevista ao Altas Horas, ele investiu também em um estúdio de música e de tatuagem e “não deixou de trabalhar um dia depois”.

Max Porto, vencedor da nona edição do programa, foi um dos que esgotou todo o prêmio. Segundo ele, uma boa parte foi voltada para pagar suas dívidas, enquanto ele gastou o que sobrou. Hoje em dia, ele é coach e presta consultoria para pessoas que desejam participar do reality show.

Em 2010, o prêmio já era de R$ 1,5 milhão, e Marcelo Dourado foi o vencedor da edição. Dourado afirma que investiu o dinheiro e o gastou “com o que gosta”.

“Tem gente que acha que [a gente] vai se aposentar. Não sabem o valor de um apartamento na Barra [bairro da zona oeste do Rio], que pode valer o prêmio de todos nós juntos aqui. Nos últimos três anos investi na minha carreira de atleta. Não tinha patrocínio, peguei um pouco do dinheiro para viver uma vida de atleta. Foi um investimento bom”, disse ele ao UOL em 2019.

Maria Melilo, que venceu em 2011, também investiu em imóveis em São Paulo. Fael, vencedor do BBB12, investiu seus R$ 1,5 milhão em fazendas, gado e já foi proprietário de duas casas noturnas em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

A vencedora de 2013, Fernanda Keulla, se tornou apresentadora e coleciona uma boa quantidade de seguidores nas redes sociais, o que faz com que sua fortuna aumente com suas postagens patrocinadas.

“Nunca vi esse dinheiro. Sempre pensei que o primeiro dinheiro que ganhasse na vida seria para família. Foi o que aconteceu. Meu pai administra, investi na educação da minha irmã que agora é médica. Reformei a casa do meu pai em Carmópolis de Minas”, afirmou no Altas Horas.

Vanessa Mesquita, do BBB14, Cézar Lima, do BBB15, Munik Nunes, do BBB16 e Gleici Damaceno, do BBB18, afirmaram que “não mexeram no valor total do prêmio”, preferindo guardar a quantia.

Já Emily Araújo, que venceu a 17ª edição do programa, afirmou ter triplicado sua fortuna com seu trabalho como influenciadora digital.

Paula Von Sperling, que venceu o Big Brother Brasil 2019, teria gastado toda a sua fortuna de R$ 1,5 milhão.

Em 2020, Sperling negou ter gastado o dinheiro. “NPaguei as dívidas da minha família, graças a Deus, então foi uma parte do prêmio para isso. A outra eu investi. Não tem como gastar R$ 1,5 milhão em menos de um ano, não”, afirmou ao Altas Horas.

Thelma Assis, que ganhou o BBB de 2021, viu sua fortuna aumentar após faturar R$ 1,5 milhão. Como embaixadora de uma marca de cosméticos, ela teria ganhado um cachê de cerca de R$ 500 mil, além de fazer publicações pagas em suas redes sociais.

Thelma Assis
Thelma foi a vencedora do BBB21 (Reprodução)

A última vencedora, Juliette Freire, por exemplo, ganhou o prêmio de 1,5 milhão, é claro, mas, aqui fora, continua a faturar.

Segundo um especialista ouvido pela Veja, é possível que seu faturamento anual seja de R$ 43 milhões visto o seu sucesso nas redes sociais.

Isso mostra que os ganhos do Big Brother muitas vezes podem ir além do que acontece dentro da casa “mais vigiada do Brasil”.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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