Internacional

BC da China diz que não tem pressa para aliviar política monetária de forma agressiva

24 set 2019, 8:57 - atualizado em 24 set 2019, 8:57
Banco do Povo da China, em Pequim
Segundo presidente do Banco do Povo da China, país tem amplas opções para ajudar a conter a desaceleração econômica (Imagem: Reuters/Kim Kyung-Hoon)

A China não tem pressa em seguir outros países em relação a afrouxar significativamente sua política monetária, mas tem amplas opções para ajudar a conter a desaceleração econômica, disse o presidente do banco central chinês nesta terça-feira, mantendo uma abordagem cautelosa sobre estimular a economia.

Apesar de uma série de medidas de crescimento desde o ano passado, a segunda maior economia do mundo ainda não se estabilizou, já que a guerra comercial sino-americana não mostra sinais de fim. Analistas esperam que o crescimento possa esfriar ainda mais neste trimestre, ante uma mínima em quase 30 anos de 6,2% atingida no trimestre entre abril e junho.

O presidente do Banco do Povo da China (PBOC), Yi Gang, disse que as políticas macroeconômicas têm espaço significativo para avançar.

“Mas não temos pressa em tomar medidas semelhantes às dos bancos centrais de outros países, como cortes relativamente grandes nas taxas de juros ou políticas de flexibilização quantitativa”, disse Yi em comunicado antes do 70º aniversário do país.

A China cortou sua nova taxa de juros de referência de um ano pelo segundo mês consecutivo na sexta-feira, conforme o banco central busca reduzir os custos de empréstimos para apoiar empresas menores afetadas pela guerra comercial e por uma desaceleração mais ampla.

Mas a alteração de 5 pontos-base foi muito menor do que a redução de 25 pontos-base no juro básico pelo Federal Reserve (Fed) na semana passada.

Yi disse que ainda há muito espaço de manobra na política monetária, embora essas opções devam ser usadas com cuidado. Ele também disse que as autoridades manteriam a política monetária “normal” pelo maior tempo possível.

“A política monetária da China manterá sua orientação prudente”, disse ele, reiterando a promessa de Pequim de não recorrer a uma enxurrada de estímulos.

“Acredito que, no processo de operação da política monetária, devemos valorizar o espaço de política monetária normal para que possamos estender a política monetária normal o maior tempo possível, o que será favorável ao desenvolvimento econômico sustentável e ao sustento das pessoas.”

A China, à medida que tenta manter seus níveis de dívida estáveis, deve intensificar as reformas e melhorar o mecanismo de transmissão da política monetária para ajudar a reduzir os custos de financiamento, disse Yi.

Alguns especialistas em política monetária disseram que o espaço para o governo intensificar as medidas de estímulo pode ser limitado por suas preocupações com o aumento dos riscos da dívida e possíveis bolhas no mercado imobiliário.

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