Política

BC tem que entender que país mudou de governo, diz líder governista na Câmara

09 fev 2023, 10:28 - atualizado em 09 fev 2023, 10:28
Lula BC Brasil
Em entrevista à CNN Brasil, Guimarães fez coro às críticas de Lula ao atual patamar da taxa de juros, de 13,75% ao ano (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta quinta-feira que o Banco Central precisa entender que o Brasil tem uma nova gestão e que há uma nova política econômica em curso no país.

Em entrevista à CNN Brasil, Guimarães fez coro às críticas de Lula ao atual patamar da taxa de juros, de 13,75% ao ano, e disse considerar uma “boa ideia” chamar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para debater o tema no Congresso.

Ao mesmo tempo, o líder disse que a independência formal do Banco Central, prevista em lei, não está em discussão.

“A política econômica é que deve orientar os agentes econômicos e a autoridade monetária há que considerar isso, ela não está acima da lei, não é uma coisa apartada da realidade econômica do país, da realidade social”, disse o líder à emissora.

“A autoridade monetária tem que conviver e saber mesclar, compreender que o Brasil tem outro governo, é outro programa que foi eleito, são outras diretrizes, não é o modelo anterior”, acrescentou.

Campos Neto foi indicado para a presidência do BC pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula na eleição presidencial de outubro.

Com a aprovação da independência formal do Banco Central pelo Congresso, Campos Neto assumiu mandato que termina no final de 2024.

Guimarães negou que o governo Lula esteja buscando a revogação da autonomia do BC e também rejeitou a ideia de que a proximidade de Campos Neto com Bolsonaro e seus apoiadores seja a motivação das críticas do atual governo à atuação do BC.

“O que nos incomoda é a taxa de juros na estratosfera. Isso incomoda. Não é se o presidente do Banco Central, que tem mandato, foi em uma reunião ou apoia A ou B”, disse.

“Não está em discussão a autonomia ou não autonomia do Banco Central, intervenção no Banco Central. Não, o debate que nós precisamos fazer é qual é a política de juros compatível com a realidade econômica do país.”

O líder disse ainda que a reforma tributária será fundamental para estabilizar a economia e reiterou fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que pretende apresentar ao Congresso Nacional em abril uma proposta de novo arcabouço fiscal para o país.

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