Economia

BCE reduz estímulos, mas mantém algum suporte à economia

16 dez 2021, 10:13 - atualizado em 16 dez 2021, 12:09
Logo do BCE em Frankfurt, Alemanha
O banco prometeu apoio abundante para 2022, confirmando sua visão relaxada sobre a inflação e indicando que qualquer saída de anos de política monetária excepcionalmente estimulativa será lenta (Imagem: REUTERS/ Ralph Orlowski)

O Banco Central Europeu (BCE) reduziu o apoio à economia da zona do euro em mais um degrau nesta quinta-feira, mas prometeu algum suporte contínuo para 2022, confirmando sua visão relaxada sobre a inflação e indicando que uma saída da política ultra-acomodatícia seria lenta.

Com a economia do bloco monetário agora de volta ao seu tamanho pré-pandemia, a pressão está aumentando sobre o BCE para seguir seus pares globais e fechar as torneiras de dinheiro.

Mas as autoridades estão preocupadas com a possibilidade de que um recuo rápido demais possa prejudicar os esforços para reacender a inflação antes anêmica, enquanto o surgimento da variante Ômicron, de rápida propagação, pode trazer novos ventos contrários para a economia se levar a novas restrições.

“A disseminação de novas variantes do coronavírus está criando incerteza”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa, citando impactos sobre empresas do setor de hospedagem e de outros segmentos se novas restrições à atividade forem necessárias.

Lagarde acrescentou que os obstáculos da cadeia de abastecimento global que surgiram com o aumento da demanda após os lockdowns de 2020 já estavam limitando a recuperação.

“Esses gargalos permanecerão conosco por algum tempo, mas devem diminuir em 2022”, disse ela.

O BCE também elevou suas projeções de inflação e cortou sua perspectiva de crescimento para 2022.

O banco agora vê a inflação acima de sua meta de 2% neste ano e em 2022, mas mantendo-se abaixo do alvo nos dois anos seguintes, em linha com sua visão de que o atual “salto” da inflação será mais longo do que o esperado, mas ainda transitório.

O BCE disse que cortará as compras de títulos sob seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica de 1,85 trilhão de euros no próximo trimestre e encerrará o esquema em março, em um movimento há muito ventilado.

No entanto, o banco aumentará as compras de títulos sob o há muito em operação Programa de Compra de Ativos (APP, na sigla em inglês, mais rígido): as compras de títulos serão duplicadas para 40 bilhões de euros sob o APP no segundo trimestre, antes de caírem para 30 bilhões de euros no terceiro trimestre.

A partir de outubro, as compras serão mantidas em 20 bilhões de euros, “enquanto for necessário” para reforçar o impacto acomodatício de suas taxas de juros, disse.

O BCE disse que os recursos vincendos do esquema de emergência serão reinvestidos até o fim de 2024, um ano a mais do que o planejado anteriormente, e os fundos serão gastos de forma flexível para ajudar os mercados em crise.

“Isso poderia incluir a compra de títulos emitidos pela República Helênica (Grécia) além da rolagem de resgates, a fim de evitar uma interrupção das compras naquela jurisdição, o que poderia prejudicar a transmissão da política monetária à economia grega”, disse o BCE.

Embora a “recalibração” do BCE deixe as compras de ativos bem abaixo de seus níveis atuais, o corte efetivo provavelmente será muito menor, já que as novas emissões do governo diminuirão, de modo que o BCE continuará a absorver a maior parte da nova dívida.

O banco também manteve sua orientação futura sobre taxas de juros e compras de ativos, que alguns esperavam ser ajustada.

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