BDRs na B3: Os campeões de dividendos entre os papéis negociados no Brasil

Para o investidor brasileiro que busca ampliar horizontes e diversificar além das fronteiras nacionais, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) se tornaram uma alternativa cada vez mais relevante.
Ainda que o mercado desses recibos, que representam ações de empresas estrangeiras, conte com liquidez inferior à das ações locais, seu crescimento é visível — especialmente entre aqueles que priorizam empresas pagadoras de dividendos.
Um levantamento da consultoria Elos Ayta, com base nos BDRs que compõem o índice BDRX, destaca justamente os papéis com melhor desempenho em termos de dividend yield mediano nos últimos três anos. O recorte considera o comportamento percentual dos dividendos pagos em relação ao preço dos BDRs em janelas móveis de 12 meses, até 17 de julho de 2025.
Entre os destaques, chama atenção o predomínio dos Estados Unidos e da Inglaterra: dos 20 BDRs com melhor mediana de dividend yield no período analisado, 10 são de empresas norte-americanas e 7 de companhias inglesas. Colômbia, Noruega e Espanha marcam presença com um representante cada.
Os destaques do ranking: Ecopetrol lidera
O primeiro lugar entre os campeões de dividendos ficou com a Ecopetrol (E1CO34), estatal colombiana do setor de petróleo. A mediana de dividend yield da empresa atingiu expressivos 14,66% nos últimos três anos. Em seguida, aparece a British American Tobacco (B1TI34), com 8,61%, e a mineradora Rio Tinto (RIOT34), com 8,32%.
É importante ressaltar: esse ranking considera a mediana histórica dos últimos três anos, não uma projeção garantida para os próximos meses. O dividend yield futuro estará dentro ou acima da mediana apenas se a empresa mantiver políticas consistentes de distribuição de lucros e se seus resultados financeiros permanecerem em linha com os registrados no período analisado.
Liquidez: fator essencial
Embora o investidor precise observar os riscos naturais desse tipo de operação — como o câmbio, a tributação diferenciada e o repasse de dividendos com eventual atraso —, o levantamento também traz um dado útil para quem se preocupa com a facilidade de negociar.
Dos 20 BDRs analisados, 12 apresentam volume financeiro médio diário acima de R$ 100 mil nos últimos 12 meses até julho de 2025. Ou seja, apesar de ainda haver espaço para evolução em termos de liquidez, há opções suficientes para o investidor montar posições sem grandes sobressaltos.
Diversificação global: por que faz sentido
Investir em BDRs, além de ser uma porta para receber dividendos consistentes, é uma estratégia de proteção em um mercado globalizado. O Brasil oferece boas oportunidades, mas carrega riscos locais que podem afetar a bolsa de forma concentrada.
Ao acessar empresas listadas em mercados desenvolvidos — principalmente em setores pouco representados na B3, como tecnologia, saúde e consumo global —, o investidor dilui riscos e participa de mercados mais estáveis e maduros.
Diversificar internacionalmente não é luxo: é uma forma de buscar eficiência de portfólio e preservar patrimônio de maneira estruturada.