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Bê-a-bá Cripto: o que é uma stablecoin?

03 out 2020, 11:00 - atualizado em 28 set 2020, 15:12
A lógica foi criar uma moeda que seja fixa ou ligada a uma moeda fiduciária normal para evitar variações de preço (Imagem: Freepik/@rawpixel.com)

Stablecoin — ou “moeda estável”, em tradução literal — é uma criptomoeda criada para ter baixa volatilidade de preço e ter lastro em alguma moeda nacional.

Diferentes stablecoins usam diversas estratégias para atingir estabilidade de preço e algumas são centralizadas (controladas por uma empresa) ou descentralizadas (pré-programadas por um protocolo).

São a opção de escolha por investidores que acham o preço de criptoativos muito volátil. Assim, a lógica foi criar uma moeda que seja fixa ou ligada a uma moeda fiduciária normal, como o dólar americano, para evitar variações de preço, explica o Decrypt.

Algumas stablecoins são centralizadas, como tether (USDT), que é emitida pela corretora Bitfinex e é a mais popular do segmento, com uma capitalização de mercado de US$ 15 bilhões.

É lastreada por uma reserva de dólares verdadeiros — como garantia — que está fora do blockchain, ou seja, é controlada por um terceiro.

Esse controle terceirizado assegura os tethers de usuários para que realmente valham um dólar, estabilizando o preço, mas Tether nunca conseguiu provar que esses ativos realmente têm garantia.

Outras stablecoins centralizadas são Gemini Dollar (GUSD), desenvolvida pela corretora Gemini, dos irmãos Winklevoss; Paxos Dollar (PAX), emitida pela startup blockchain Paxos; e USD Coin (USDC), gerenciada pela corretora Coinbase e plataforma de pagamentos Circle.

USDC é a segunda maior stablecoin do mercado, com uma capitalização de mercado de US$ 2 bilhões (Imagem: Crypto Times)

Todas essas empresas cumprem as legislações dos EUA, por seus ativos serem lastreados em dólar, e estão se tornando cada vez mais populares.

Petro é um pouco diferente das quatro stablecoins citadas acima pois, apesar de não ser emitida por uma empresa ou corretora, ainda é considerada centralizada, pois é controlada pelo governo venezuelano.

Foi criada como uma alternativa às sanções dos EUA e lastreada pelas reservas de petróleo do país. Porém, a moeda não foi utilizada por compradores de petróleo por medo de violarem sanções impostas, ou seja, não possui um verdadeiro caso de uso.

Libra pode ser considerada como outra stablecoin centralizada, pois é um projeto derivado pelo Facebook, apesar de ainda não possuir uma data de lançamento. Clique aqui para entender o que é o projeto Libra.

Já stablecoins descentralizadas não precisam confiar que um terceiro use um algoritmo complexo para mantê-las estáveis.

É o exemplo da stablecoin Terra (LUNA), que possui reservas no blockchain, ou seja, contratos autônomos detêm os fundos — a oferta e demanda mitigam as chances de manipulação de preço.

Stablecoins são populares por sua estabilidade relativa, já que são lastreadas por alguma moeda e, assim, sempre as venderão por um dólar. Alguns até as chamam de “criptodólares” por essa característica, já que são versões do dólar americano criadas em blockchain.

Além disso, são um ativo de proteção para investidores que têm “um pé atrás”, pois são negociadas em muitas corretoras cripto em uma tentativa de assegurar fundos em um mercado de baixa (ou “bear market”).

Em busca de uma forma mais segura de testar a tecnologia cripto, stablecoins são adquiridas para que investidores tenham a ideia de um “dólar digital”, uma moeda-sombra que leva as fiduciárias ao blockchain sem arriscar seu valor.

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