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BHP vende minério com tecnologia blockchain pela primeira vez

29 jun 2020, 8:49 - atualizado em 29 jun 2020, 8:49
A receita da BHP com o ingrediente usado em altos-fornos foi superior a US$ 17 bilhões no ano passado, tendo respondido por 40% das vendas (Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

A pandemia de coronavírus leva tradings de commodities a repensar a dependência do papel. Em um sinal do que talvez esteja por vir, a BHP, maior mineradora do mundo, recorreu à tecnologia blockchain para vender minério de ferro pela primeira vez.

A venda experimental de US$ 14 milhões de minério foi fechada com a China Baowu Steel, maior siderúrgica chinesa, para entrega neste mês.

A receita da BHP com o ingrediente usado em altos-fornos foi superior a US$ 17 bilhões no ano passado, tendo respondido por 40% das vendas.

“O risco de nossa dependência de cópias físicas de documentos de embarque para transações de commodities a granel foi destacado durante a crise do Covid-19, quando compradores, vendedores, agentes de expedição e bancos operaram com forças de trabalho reduzidas ou escritórios fechados, dificultando a garantia de que a documentação chegasse a clientes e seus bancos”, disse Michiel Hovers, diretor de vendas e marketing da BHP, em comunicado de imprensa.

Operadores de commodities físicas ainda dependem muito de documentos em papel – conhecimento de embarque, cartas de indenização e assim por diante – entregues pelos correios para concluir transações.

Isso afetou as vendas para a China no início deste ano, já que as viagens para o maior comprador do mundo foram restringidas pelo surto do vírus.

A venda da BHP foi realizada em uma plataforma blockchain operada pela MineHub Technologies, que forneceu renderização digital da documentação, incluindo termos do contrato, notificações de pagamento e informações de carga, de acordo com comunicado da BHP. A Baowu já usou blockchain antes no início do ano, em uma transação com a Rio Tinto, rival da BHP.