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Bitcoin (BTC): 5 motivos que explicam o pior semestre da criptomoeda em mais de uma década

02 jul 2022, 15:00 - atualizado em 01 jul 2022, 14:17
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Bitcoin perdeu quase 60% em valor de mercado (Imagem: Unsplash/Kanchanara)

O Bitcoin (BTC), entre tantas idas e vindas, perdeu cerca de 58% em valor de mercado no segundo trimestre de 2022 — queda que representa seu pior resultado trimestral desde 2011. Cerca de US$ 1,2 trilhão foi perdido no mercado de criptoativos.

Às 13h54 desta sexta-feira, por exemplo, a principal criptomoeda do mundo operava abaixo da marca dos US$ 20 mil, a US$ 19.419, em alta de 1,50%. Mas isso não é o suficiente para apagar as difíceis marcas vividas pelo Bitcoin durante este ano.

Com os problemas no mercado, uma série de companhias do ramo está demitindo funcionários e a indústria está tentando se consolidar com a ajuda de aquisições.

Veja os 5 motivos que explicam o pior semestre do Bitcoin em mais de uma década

1. Pressão Macroeconômica

O primeiro item, segundo a CNBC, é a pressão macroeconômica que está afetando os mercados no mundo todo — e, principalmente o dos Estados Unidos.

Por lá, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) fez dois aumentos bastante agressivos na taxa de juros para tentar lutar contra a inflação, o que aumentou os temores de uma possível recessão no país.

Isso fez com que os índices e ações dos EUA vivessem uma queda vertiginosa nos últimos meses. O Nasdaq Composite, com foco em ativos de alta tecnologia, caiu 22,4% no segundo trimestre, o pior desempenho trimestral da bolsa desde 2008.

E o preço do Bitcoin está atrelado ao preço das ações dos Estados Unidos. Com a queda da bolsa, os investidores tendem a vender ativos de risco — incluindo as criptomoedas.

2. Colapso da TerraUSD

Outro motivo que cementa a queda do BTC é o colapso algorítmico da stablecoin terraUSD e da Luna.

O stablecoin é um tipo de criptoativo que, geralmente, está atrelado a um investimento do mundo real. A TerraUSD, por exemplo, deveria ser cotada ao mesmo preço do dólar.

Como explica a CNBC, “algumas stablecoins são apoiadas por ativos reais, como moeda fiduciária ou títulos do governo. Mas a UST era governada por um algoritmo e um sistema complexo de queima e cunhagem de moedas. Esse sistema falhou. O TerraUSD perdeu sua indexação ao dólar e trouxe o fim do token luna associado, que se tornou inútil”.

Isso, então, acabou afetando o mercado inteiro — e com proporções bastante relevantes.

3. Credor Celsius pausa saques

Para piorar o que já não estava bom, a empresa de empréstimos de criptoativos Celsius pausou os saques para clientes em junho.

A companhia oferecia rendimento de mais de 18% para os usuários que usassem a Celsius para depositar criptomoedas. Depois disso, emprestava o dinheiro para pessoas no mercado que estivessem dispostos a pagar uma alta taxa de juros pelo empréstimo.

Só que, como cita a CNBC, a queda de preços colocou esse modelo à prova. A Celsius citou “condições extremas de mercado” como o motivo para pausar os saques.

Na quinta-feira (30), a Celsius afirmou em um post de blog que “estava tomando passos importantes para preservar e proteger investimentos e explorar as opções disponíveis”, como “buscar transações estratégicas e uma reestruturação de nossos passivos, entre outras vias”.

4. Liquidação da Three Arrows Capital 

Em quarto lugar, está a liquidação da companhia de fundos hedge, a Three Arrows Capital (3AC).

O Financial Times informou no mês passado que os credores de criptomoedas baseados nos Estados Unidos, BlockFi e Genesis, liquidaram algumas das posições da 3AC, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

A 3AC ainda deixou de pagar um empréstimo no valor de mais de US$ 660 milhões da Voyager Digital, o que resultou na liquidação da companhia, segundo a CNBC.

5. CoinFlex-‘Bitcoin Jesus’

Por fim, a CNBC cita a interrupção das retiradas de clientes da CoinFlex, anunciada no mês passado, por “condições extremas de mercado e uma conta de clientes que entrou em patrimônio líquido negativo” e um consumidor viu a sua conta entrar em patrimônio negativo.

A CoinFlex disse que o cliente, que alega ser o investidor de criptomoedas Roger Ver, deve à empresa US$ 47 milhões. Ver, que tem o apelido de “Bitcoin Jesus” por suas visões evangélicas da indústria, nega que deva dinheiro à CoinFlex.

Segundo a CNBC, “normalmente, uma conta que entra no patrimônio líquido negativo teria suas posições liquidadas, mas a CoinFlex e Ver tinham um acordo que não permitia que isso acontecesse”.

“A CoinFlex emitiu um novo token chamado Recovery Value USD, ou rvUSD, para levantar os US$ 47 milhões para que possa retomar os saques e está oferecendo uma taxa de juros de 20% para investidores dispostos a comprar e manter a moeda digital”, diz o jornal norte-americano.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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