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Bitcoin (BTC): A tese de proteção pode começar a valer com Inflação nos EUA em 9,1%?

13 jul 2022, 16:45 - atualizado em 13 jul 2022, 16:58
inflação bitcoin estados unidos
A inflação da moeda digital foi de 1,7%, ou seja, cinco vezes menos do que o dólar norte-americano. Para analistas, falta adoção de institucionais (Imagem: Freepik)

O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) voltou a ganhar força neste mês. O CPI subiu 1,3% em base mensal e avançou 9,1% ante igual período de 2021, ficando acima das estimativas do mercado, de altas de 1,1% e de +8,8%.

O Bitcoin (BTC) por sua vez, tem uma emissão programada e controlada. A inflação da criptomoeda é tida conforme mineradores validam novos blocos e emitem moedas no mercado.

Rafael Schultze-Kraft, cofundador da plataforma de análise de dados em blockchain Glassnode, afirmou recentemente em seu perfil do Twitter que o bitcoin se mostra cada vez mais como uma importante ferramenta de proteção.

A inflação da moeda digital foi de 1,7%, ou seja, cinco vezes menos do que o dólar norte-americano.

Essa medição é feita a partir no número de bitcoins minerados. O próprio algoritmo do bitcoin é deflacionário, como evidenciado pelo processo de halving.

Uma das principais teses que analistas dizem poder ocasionar em uma alta da criptomoeda é a de proteção contra a inflação dos Estados Unidos.

Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, enaltece Bitcoin

Em seu perfil oficial do Twitter, o CEO da MicroStrategy – maiora detentora pública de bitcoin – comenta sobre inflação dos Estados Unidos e enaltece a criptomoeda.

“A inflação anual em USD CPI é +9,1%, Outras moedas continuam a enfraquecer em relação ao dólar: YoY USDAUD é +10%, USDGBP é +16%, USDEUR é +17%, USDJPY é +24%, USDTRY é +102%. É apenas uma questão de tempo até que o mundo descubra 1 BTC = 1 BTC”, comenta.

O Bitcoin (BTC) ainda não é uma reserva de valor, segundo especialistas

Para Orlando Telles, sócio-fundador da casa de análise Mercurius Crypto, o mercado cripto ainda tem uma correlação de preço muito grande com as ações de tecnologia dos Estados Unidos, algo que é prejudicado com a elevação das taxas de juros que vem com a inflação.

“Hoje, a narrativa que impera no mercado tradicional é a de criptoativos como um ativo de tecnologia, por conta de sua volatilidade e preço. Na visão do institucional hoje – que é o cara que mais tem capital no mercado hoje – o mercado cripto é uma espécie de ativos que ainda passam por um processo de adoção”, explica.

Para ele, o institucional ainda está olhando para o mercado cripto para buscar um potencial de lucro nessa tese citada acima ao invés de adotar a tese de proteção contra a inflação.

“Por esse motivo, quando surge esse questionamento eu costumo responder que, para mim, o bitcoin ainda não é uma reserva de valor. Mas é uma reserva de valor em construção, ou seja, ele possui todas as características para ser, mas enquanto não houver uma adoção entre o público geral, e ser regulado, infelizmente não é.”, completa.

O mesmo é comentado por João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, que diz que o bitcoin é uma potencial reserva de valor. Para esse cenário se concretizar, segundo ele, também falta a adoção e a crença da tese entre os players do mercado.

“Por conta disso, o bitcoin não é uma reserva de valor, e se enquadra mais como um ativo especulativo e de risco. É justamente esse fenômeno que causa a volatilidade – e que prejudica a adoção da tese de reserva de valor – que traz o potencial de crescimento de retorno”, diz.

O gestor comenta que não é de se considerar que nessa fase de maturação e adoção da criptomoeda as pessoas já o vejam como reserva de valor.

Humberto Andrade, analista do Mercado Bitcoin, diz que antes da adoção, é necessário que o mercado cripto esteja mais institucionalizado. Ele comenta que a falta de regulação faz com que as instituições não consigam utilizar todos os mecanismos do mercado de criptoativos para usar o bitcoin como proteção à inflação.

“Acredito que a adoção da tese pode ser sim um gatilho de compra entre os institucionais. Mas para o mercado propriamente dito, eu diria, que é o primeiro movimento e a partir daqui poderemos enxergar de uma maneira mais generalizada. É a primeira vez que o bitcoin vai enfrentar um cenário de inflação tão forte e globalizado”, diz.

Ele ainda comenta que o desenvolvimento de projetos de CBDCs vai trazer discussões mais aprofundadas sobre o tema e trazer mais presentes no cotidiano da população.

“Talvez a gente consiga reforçar essa tese em um período mais curto de tempo, mas eu não enxergo que nesse primeiro momento, esse [alta da inflação] vai ser o gatilho para o mercado de varejo.”, comenta.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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