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Bitcoin (BTC) passa por congestionamento na rede; como isso pode impactar os preços?

08 maio 2023, 12:18 - atualizado em 08 maio 2023, 12:18
Criptomoedas Bitcoin
Cerca de 430 mil transferências na rede Bitcoin estão para serem concluídas momento da publicação desta matéria, número recorde de transações em espera (Imagem: Pixabay/EivindPedersen)

O Bitcoin (BTC) passa por um congestionamento da rede faz alguns dias. O motivo pode ser atrelado aos Ordinals, espécies de NFTs na rede blockchain da criptomoeda. Além deles, um novo padrão de token fungível foi recentemente criado e implementado, o BRC-20.

Com isso, transações mais pesadas, que exigem mais espaço nos blocos, estão sendo mandadas ao “mempool”. “Mempool” é a sala de espera onde as transações ficam esperando um validador para incluir em bloco.

Entretanto, é possível “subornar” os validadores nas taxas de rede. Ou seja, o usuário da rede que pagar mais caro nas taxas terá prioridade.

Veja o exemplo: Imagine que João quer mandar 1 BTC para Maria. Ele define um limite em que deseja pagar no máximo US$ 5 aos validadores. No entanto, do outro lado do mundo, Pedro quer enviar 1 BTC para Amanda e paga US$ 15 ao validador que desejar incluir sua transação. Assim, a transação de Pedro terá prioridade em relação à de João. Com isso, Amanda receberá primeiro.

Ainda assim, as taxas variam de acordo com o tamanho e peso das transações. Atualmente, saltaram de US$ 3 para US$ 20 desde o começo do mês. Trata-se de um aumento que não se via desde 2021.

Com isso, mais de 400 mil transferências estão esperando no mempool. O número, apurado no momento da publicação desta matéria, é recorde de transações em espera.

Além disso, cada transação subornando os validadores com valores mais altos que os anteriores. Conforme informações do Dune Analytics, cerca de 3,6 milhões de BRC-20 já foram cunhados na rede do Bitcoin, e cerca de 557 BTC, ou US$ 15.576.727, já foram pagos em taxas apenas para incluir os tokens na rede.

Bitcoin BRC-20
(Imagem: Dune Analitycs/Montagem Crypto Times)

O que são Ordinals e BRC-20?

O protocolo Ordinals já havia causado rebuliço na rede do Bitcoin ao permitir a criação de NFTs. Mas agora, com o padrão BRC-20, criado por usuários da rede Bitcoin, é possível a emissão e transferência de tokens fungíveis na rede Bitcoin.

O BRC-20 é uma maneira experimental de permitir a cunhagem e transferência de tokens no blockchain do Bitcoin. O mesmo ocorre com o ERC-20 faz na rede Ethereum.

O BRC-20 ainda é um padrão experimental para emissão e transferência de tokens fungíveis na rede Bitcoin. Entretanto, diversos participantes da comunidade Web3 já planejam ou levantam a possibilidade de lançar as famigeradas “memecoins” no blockchain do Bitcoin.

Quais são os possíveis impactos do congestionamento no Bitcoin?

Assim, o impacto pode ser sentido primeiramente no bolso de quem utiliza a rede. Afinal, para transacionar na primeira camada da rede, as taxas estão bem mais caras.

Além disso, os mineradores vão sentir no bolso, de forma positiva. Isso porque, além de receberem parte dos novos bitcoins emitidos no mercado, os mineradores também recebem parte das taxas que são pagas como forma de incentivo econômico.

Ou seja, do mesmo jeito que os bancos em crise podiam provar que o Bitcoin é uma alternativa ao sistema financeiro, conforme colocaram analistas, esse episódio também para ilustrar essa tese. Isso porque o teste de estresse pode ser importante para imaginar uma adoção em larga escala da criptomoeda.

A demanda, e luta, por espaço também pode inflar o preço do bitcoin. O motivo é que, uma vez que a “gorjeta” aos validadores são pagas em satoshis, a menor unidade de bitcoin, e a emissão é controlada, pode existir um choque de oferta dentro da própria rede.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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