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Black Friday: Magazine Luiza e outros brasileiros resistirão ao ataque da Amazon, Alibaba e Mercado Livre?

08 nov 2021, 12:47 - atualizado em 08 nov 2021, 12:47
Black Friday
As brasileiras contam com a Black Friday para melhorar os resultados do quarto trimestre, diante de um terceiro trimestre enfraquecido (Imagem: Unsplash/ CardMapr)

A XP Investimentos está cautelosa com a capacidade da Black Friday de ajudar as empresas brasileiras de varejo neste ano. Previsto para 26 de novembro, o evento é visto como decisivo para determinar quem dominará o e-commerce local. De um lado, as varejistas brasileiras encontram-se enfraquecidas; de outro, as estrangeiras estão conquistando espaço.

Gustavo Senday e Thiago Suedt e Danniela Heiger, que assinam o relatório da XP, destacam que “a Black Friday será uma boa referência de quão agressivos eles [os varejistas estrangeiros] serão na América Latina”, em referência a potências do comércio digital como a Amazon (AMZO34) e o Mercado Livre (MELI34), além de novidades como a Alibaba (BABA34) e a Shoppe.

O problema é que as brasileiras encontram-se num mau momento. Os analistas também enxergam que as principais plataformas de marketplace nas categorias de eletrônicos e linha branca não estão performando bem, como Carrefour (CRFB3), Banco Inter (BIDI11) e Vivo (VIVT3), o que tem motivado a saída ou o escanteamento desse mercado. Por outro lado, players com produtos de entrada têm se destacado, como a Multilaser e a Positivo.

Na última semana de outubro, os analistas da XP reduziram o preço-alvo das principais varejistas do Brasil com o intuito de refletir a atual perspectiva macroeconômica. As projeções para as ações da Magalu (MGLU3) foram de R$ 27 a R$ 18; os papéis da Multilaser (MLAS3), apesar da boa performance, caíram de R$ 15 a R$ 13; enquanto o valor do Carrefour Brasil foi reduzido a R$ 22 por ação, ante R$ 24 anteriormente.

Pressão em dobro

Para aumentar ainda mais a pressão, as brasileiras contam com a Black Friday para melhorar os resultados do quarto trimestre, diante de um terceiro trimestre enfraquecido. Entretanto, a inflação e a consequente alta nos preços são um desafio para os descontos de Black Friday. As varejistas, nesse sentido, se preocupam com a alta rentabilidade e devem oferecer produtos mais premium, direcionados para classes mais altas.

Segundo o último relatório Focus, elaborado pelo Banco Central, a estimativa de crescimento deste ano foi ajustada em 0,01 ponto percentual para baixo, a 4,93%. Já para 2022, caiu a 1,0%, de 1,20%. Enquanto isso, a alta do IPCA, indicador de inflação, em 2021 aumentou pela 31ª vez seguida, chegando a 9,33%, ante 9,17%.

Nesse contexto, os especialistas mantiveram os preços indicados no mês anterior, além de indicarem uma recomendação neutra para os papéis do setor. “O evento corrobora nossa visão de que devemos ter uma dinâmica desafiadora de resultados para o setor de e-commerce no curto prazo devido ao cenário competitivo bastante acirrado, deterioração macro e forte base de comparação”, explicam.

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Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
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Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
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