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Blockchain e música: fita cassete tokenizada é lançada no mercado on-line Zora

12 maio 2020, 8:55 - atualizado em 12 maio 2020, 8:55
DJ RAC, ganhador do Grammy, é um grande defensor da tecnologia blockchain aplicada à indústria musical (Imagem: Zora)

Uma fita cassete tokenizada e de edição limitada do ganhador do Grammy DJ André Allen Anjos — mais conhecido como RAC — foi lançada no Zora, um mercado on-line baseado na Ethereum.

A equipe por trás do Zora foi conhecida no fim de 2019, quando apresentou Saint Fame, uma empresa autônoma descentralizada (DAO, na sigla em inglês) que havia criado um estúdio de moda baseado na Ethereum.

A nova plataforma deseja ajudar outros criadores a ter o mesmo sucesso que a Saint Fame e lançar seus próprios produtos de edição limitada. O objetivo, de acordo com Jacob Horne, criador do projeto, é permitir que marcas obtenham o valor de revenda de seus produtos.

O primeiro projeto da plataforma é o token $TAPE, que representa 100 fitas cassete de edição limitada com o álbum recém-lançado de Anjos, BOY. Tokens podem ser reivindicados por uma cópia física das fitas.

Parecido com $Fame, o novo token foi criado no protocolo Uniswap. O preço inicial do token $TAPE é US$ 28, mas o preço pode atingir US$ 2 mil conforme o número total de tokens vendidos se aproxime de cem.

Normalmente, criadores só podem lucrar com o valor inicial da venda de seus itens e raramente conseguem obter a receita extra gerada de um comércio secundário. Porém, com Zora, produtos são tokenizados e vendidos em uma curva de ligação (“bonding curve”).

Dessa forma, criadores podem obter mais lucro sobre seus produtos se estes estiverem com alta demanda de mercado. Zora cobra uma taxa de negociação de 1% dos clientes e ganha 10% das receitas geradas.

Fãs poderão adquirir o token $TAPE por US$ 28 dólares antes de o preço poder chegar a US$ 2 mil por conta da demanda (Imagem: Zora)

A união do blockchain com a música

A ideia dos criptoativos ainda é bem nova na indústria musical. No entanto, artistas como Lupe Fiasco, Gramatik, Pitbull e Imogen Heap começaram a explorar como a tecnologia blockchain poderia ajudar artistas a lançarem música de forma mais eficiente e criarem outra fonte de renda.

Além do Zora, inúmeros projetos — incluindo Ujo Music, Choon, Open Music Initiative e Musicoin — também querem incorporar a tecnologia blockchain na forma como músicas são produzidas e distribuídas.

Para Anjos, essa colaboração com Zora não é o seu primeiro contato com cripto. Possuindo um antigo interesse em ciência da computação, o artista português foi atraído pelo conceito de escassez digital logo após ter aprendido o que são criptoativos em 2016.

Por trabalhar na indústria musical, Anjos começou imediatamente a explorar a forma de aplicar a tecnologia em sua carreira musical.

Em 2017, meses após ter ganhado um Grammy por Melhor Remix, Anjos entrou em parceria com Ujo Music, startup da ConsenSys, e disponibilizou seu álbum “EGO” na rede Ethereum, onde fãs poderiam adquiri-lo com ether.

Em 2019, ele optou por distribuir Minerva, um selo musical lançado por ele e outro DJ, chamado Goldroom, por meio da rede Ethereum.

Em 2017, o DJ disponibilizou seu novo álbum “EGO” na plataforma Ethereum por meio da Metamask, em parceria com (Imagem: Medium/UJO Music)

No início deste ano, a equipe de Anjos entrou em contato com Zora para realizar uma nova tentativa em combinar música e cripto. O que chamou a atenção dele em relação o Zora foi o fato de fãs não precisarem saber sobre detalhes técnicos de como criptoativos funcionam para aproveitarem o produto.

“Quando o assunto é Spotify, não falamos sobre qual tipo de compressão de áudio é utilizada”, contou ele ao The Block. De forma parecida, Zora irá remover grande parte dos aspectos cripto para usuários que possam não ser grandes conhecedores de tecnologia.

“Você pode usar um cartão de crédito para comprar a fita cassete”, continuou ele. “Então não existe a barreira inicial de obter MetaMask e incluir ether em sua carteira, o que antes era um grande desafio”.

Falando sobre a adesão de cripto na indústria do entretenimento, Anjos destacou que ainda está em uma “fase de transição”, em que cada vez mais artistas estão se interessando pelo conceito, mas ainda não sabem o que fazer com ele.

“Mas eu acredito que, quando houver essa transição, será rapidamente, pois a tecnologia será abstraída e acontecerá nos bastidores”, afirmou ele.

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