Política

Bolsonaro chora ao falar de operação da PF e Moraes retira sigilo de documentos; veja as últimas novidades

03 maio 2023, 17:15 - atualizado em 03 maio 2023, 17:15
Bolsonaro só prestará depoimento após ler autos do processo (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto esquema de fraudes no sistema do Ministério da Saúde.

Segundo a PF, certificados de vacinação contra a Covid-19 foram emitidos em nome de Bolsonaro e de pessoas próximas ao ex-mandatário após a inserção de dados supostamente falsos no banco de dados. A fraude teria acontecido com o objetivo de permitir a entrada do ex-presidente nos Estados Unidos, visto que o comprovante de vacinação era um documento obrigatório para entrar no país.

Na tarde desta quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo sobre os documentos da Operação Venire, que investiga o suposto esquema de fraude.

Na decisão, Moraes afirmou ser ‘plausível’ a hipótese investigada de que o ex-presidente tenha falsificado dados de vacinação para obter vantagens. Além disso, Moraes cita a possibilidade da existência de uma “organização criminosa” para adulterar os dados de vacinação.

Veja a decisão da operação:

Ao longo do dia, a Polícia Federal cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, inclusive contra o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tiveram os celulares apreendidos.

Além disso, seis pessoas foram presas por suposto envolvimento no esquema de fraude no sistema do Ministério da Saúde. Entre os detidos, está Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Bolsonaro chora ao falar do caso

Após o início da operação, o ex-presidente Bolsonaro deu uma entrevista à Jovem Pan. Durante a conversa, ele afirmou que que sua missão ainda não acabou, seja como candidato ou como cabo eleitoral em eleições futuras.

“Eu podia estar de folga”, disse Bolsonaro ao programa. “Mas eu achei que a minha missão não acabou ainda — ou como candidato no futuro ou como colaboração para que o partido nosso e quem defenda as nossas bandeiras de outros partidos, também, cresçam.”

“Isso incomoda, porque eu como candidato ou cabo eleitoral, tenho a certeza que a gente desequilibra as questões eleitorais do Brasil”, acrescentou.

Mais tarde, Bolsonaro falou novamente sobre a operação policial, mas desta vez ao programa Pânico na TV. Na entrevista, o ex-presidente se emocionou ao falar do caso e chorou.

“Isso é problema meu. Eu resolvi não tomar a vacina. Acharam ali o cartão de vacina da minha esposa, a Michelle…” disse. Em seguida, Bolsonaro começa a chorar. “Tiraram fotografia do cartão de vacina dela. A suspeita era de fraude. Ela foi vacinada em 2021 nos Estados Unidos. Eu não tomei vacina lá, não tomei em lugar nenhum”.

Bolsonaro só vai depor após acessar autos do processo

O advogado de defesa de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que seu cliente somente prestará depoimento à Polícia Federal depois de ter acesso aos autos da Operação Venire.

Já estava programado para Bolsonaro prestar depoimento hoje. Porém, a presença dele seria para falar sobre o caso envolvendo kits de joias e o governo da Arábia Saudita.

Entretanto, com a Operação Venire em curso, que investiga a adulteração de cartões de vacinação para covid-19 do ex-presidente e seus familiares, o depoimento foi adiado.

Ao deixar a sede da PF, Wajngarten comunicou a jornalistas que estavam no local sobre outros três alvos de mandados na mesma operação: o policial militar Max Guilherme, que é segurança do antigo presidente; o tenente-coronel Mauro Cid , que já foi ajudante de ordens de Bolsonaro; além do militar do Exército Sérgio Cordeiro, que atuava também como segurança presidencial.

“O Max Guilherme já prestou depoimento, já foi ao IML [Instituto Médico Legal] e já fez um exame de corpo de delito. O coronel Cid ainda não prestou depoimento; e Sérgio Cordeiro prestará depoimento em breve”, disse Wajngarten.

*Com informações de Reuters e Agência Brasil

Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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